A comunidade do Pontifício Colégio Português de Roma vai ser recebida em audiência privada pelo papa Francisco na próxima segunda-feira, 8 de maio, anuncia uma nota da instituição enviada hoje ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
A audiência manifesta «a comunhão com a Igreja de Portugal e com o Santo Padre na peregrinação que o Sucessor de Pedro realizará a Portugal para a celebração do centenário das Aparições da Senhora em Fátima, de 12-13 de Maio», refere o texto.
«A estreita relação que une o Pontifício Colégio Português com Fátima levou a pedir ao Papa Francisco um encontro que foi prontamente aceite», assinala o comunicado.
A primeira pedra da atual sede do Colégio Português foi benzida em Fátima pelo papa Paulo VI, a 13 de maio de 1967, nos 50 anos das aparições.
A capela da instituição acolhe uma estátua de Nossa Senhora de Fátima, «realizada em 1929 pelo mesmo autor da que está na Capela das Aparições, e que foi a primeira imagem da Senhora a chegar a Roma».
Colégio homenageado por acolhimento aos judeus durante a II Guerra Mundial
A 30 de maio a Fundação Raoul Wallenberg atribui ao Pontifício Colégio Português o título “Casa de Vida”, «pelo acolhimento dado aos judeus e outros pessoas perseguidas pelo regime nazi durante a II Guerra Mundial».
A sessão, que decorre no Colégio, conta com a presença dos representantes da Fundação Wallenberg, do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, da presidente da Comunidade Hebraica de Roma, de Luigi Priolo (um dos refugiados na instituição, de 1943 a 1944), do jornalista António Marujo (que deu a conhecer a história do reitor do Colégio, Mons. Joaquim Carreira, declarado “Justo entre as Nações” em 2010, pelo Memorial do Holocausto) e outras autoridades de Roma.
«Pelo menos 40 pessoas passaram pelo Colégio durante os meses que durou a ocupação nazi de Roma. Alguns eram judeus, outros resistentes antifascistas. Passadas várias décadas a Fundação Wallenberg, no seguimento do seu fundador Baruch Baruch Tenembaum, diplomata sueco que salvou um grande número de pessoas na II Guerra Mundial, procura preservar a memória de pessoas e instituições que deram acolhimento aos perseguidos durante o Holocausto, procurando infundir nas novas gerações o espírito de solidariedade e fraternidade», declara a instituição lusitana.
O Colégio é atualmente composto por 34 sacerdotes (15 de Portugal e 19 de nove outras nações), sete religiosas Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias e vários colaboradores.
Remontando a 1898, a instituição é sobretudo formada por padres que se encontram ao serviço das suas Igrejas de origem, completando e aprofundando a formação anterior recebida, a que se junta uma «experiência de interculturalidade e de catolicidade», lê-se na página do Colégio.