O Evangelho «não enfraquece o que de autêntico se encontra nas várias culturas locais, mas ajuda as pessoas e as comunidades a reconhecer e a realizar o bem, a verdade e a beleza», frisou hoje o papa.
Ao receber, no Vaticano, uma delegação de deputados da República Checa e da República Eslovaca, Francisco sublinhou que eles, «como representantes do povo», são chamados a «redescobrir o laço intrínseco» entre o Evangelho e a identidade cultural dos seus países».
O encontro foi realizado por ocasião do 1150.º aniversário da morte de S. Cirilo, que com o seu irmão, S. Metódio, originários de Tessalónica (Salónica, atual Grécia), «marcou indelevelmente a história, a arte e a cultura» dos dois países, fundados em 1993, na sequência da divisão da Checoslováquia.
«S. Cirilo soube tecer relações de conhecimento e de cordialidade entre os povos, tornando-se elo de conjunção entre diversas culturas e tradições eclesiais», realçou.
O papa recordou que «a tradução da Bíblia na velha língua eslava», criada pelos irmãos para difundir o texto sagrado, «foi um dom quer para a vida religiosa, quer para o desenvolvimento cultural» dos dois estados.
«Faço votos de que uma tão significativa herança espiritual e cultural suscite em todos os vossos concidadãos o desejo do encontro e da abertura ao outro. Trata-se de saber conviver na diversidade, mediante o diálogo, a partilha, construindo pontes e abatendo as barreiras da desconfiança e do preconceito. Com estas atitudes, tornam-se testemunhas de solidariedade e artífices de paz», declarou.
Francisco pediu aos deputados para serem, através da sua «importante função pública, protagonistas de fraternidade, límpidos e irrepreensíveis promotores do bem comum, para oferecer esperança a quantos os elegeram para uma tarefa de tão alta responsabilidade».
S. Cirilo e S. Metódio foram declarados copadroeiros da Europa por S. João Paulo II, em 1980.