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Papa lembra a «grande mulher» Madre Teresa de Calcutá na chegada à cidade onde nasceu

O papa iniciou hoje a primeira visita de um pontífice à Macedónia do Norte, e no seu primeiro discurso prestou homenagem a Santa Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), nascida num subúrbio de Skopje, atual capital do país que conquistou a independência há 25 anos.

«Quero (…) de modo muito especial prestar homenagem a uma vossa ilustre compatriota que, movida pelo amor de Deus, fez da caridade para com o próximo a lei suprema da sua existência, suscitando admiração em todo o mundo e inaugurando uma maneira específica e radical de se colocar ao serviço dos abandonados, dos descartados, dos mais pobres», assinalou Francisco.

Anjezë Gonxha Bojaxhiu «realizou o seu apostolado, feito de humilde e total doação de si própria, na Índia e, através das suas irmãs, alcançou os mais variados confins geográficos e existenciais. Sinto-me feliz por poder, daqui a pouco, visitar e parar em oração no Memorial dedicado a ela, construído no lugar onde surgia a igreja do Sagrado Coração de Jesus, em que ela foi batizada. Com razão, vos orgulhais desta grande mulher», acrescentou.

«Daqui vos pedimos: intercedei junto de Jesus, para que também nós obtenhamos a graça de estar vigilantes e atentos ao grito dos pobres, daqueles que estão privados dos seus direitos, dos doentes, dos marginalizados, dos últimos», rezou o papa, mais tarde, diante do Memorial, na segunda etapa da visita à Macedónia do Norte.

No discurso dirigido às autoridades, sociedade civil e corpo diplomático do palácio presidencial, o papa destacou que no país «a diferente filiação religiosa de ortodoxos, muçulmanos, católicos, judeus e protestantes, como a distinção étnica entre macedónios, albaneses, sérvios, croatas e pessoas doutras origens criaram um mosaico no qual cada ladrilho é necessário para a originalidade e beleza do quadro geral».

«Todos os esforços, que forem realizados para que as diferentes expressões religiosas e as várias etnias encontrem um terreno de entendimento comum no respeito pela dignidade de cada pessoa humana e na consequente garantia das liberdades fundamentais, nunca serão em vão; antes, constituirão a sementeira necessária para um futuro de paz e fecundidade», vincou.

Francisco enalteceu também «o generoso esforço» feito pela Macedónia do Norte «para acolher e prestar assistência ao grande número de migrantes e refugiados vindos de vários países do Médio Oriente».

«A pronta solidariedade oferecida àqueles que se encontravam então na mais pungente necessidade por ter perdido tantas pessoas queridas, para além da casa, do trabalho e da pátria, honra-vos e fala da alma deste povo que, apesar de experimentar também as privações, reconhece na solidariedade e partilha dos bens as vias de todo o desenvolvimento autêntico», assinalou.

Na visita ao memorial de Madre Teresa, o papa pronunciou a seguinte oração:

«Deus, Pai de misericórdia e de todo o bem, agradecemo-Vos pelo dom da vida e do carisma de Santa Madre Teresa.

Na vossa infinita Providência, chamaste-la para dar testemunho do vosso amor entre os mais pobres da Índia e do mundo.

Ela soube fazer bem aos mais necessitados, porque reconheceu em cada homem e mulher o rosto do vosso Filho.

Dócil ao vosso Espírito, tornou-se a voz suplicante dos pobres e de todos aqueles que têm fome e sede de justiça.

Acolhendo o grito de Jesus na cruz «tenho sede», Madre Teresa dessedentou a sede de Jesus na Cruz, realizando as obras do amor misericordioso.

Pedimo-vos, Santa Madre Teresa, mãe dos pobres, a vossa particular intercessão e a vossa ajuda, aqui, na cidade do vosso nascimento, onde era a vossa casa.

Aqui recebestes o dom do renascimento nos sacramentos da Iniciação Cristã.

Aqui ouvistes as primeiras palavras da fé na própria família e na comunidade dos fiéis.

Aqui começastes a ver e a conhecer as pessoas necessitadas, os pobres e os humildes.

Aqui aprendestes com os próprios pais a querer bem aos mais necessitados e a ajudá-los.

Aqui, no silêncio da igreja, ouvistes a chamada de Jesus para O seguir, como religiosa, nas missões.

Daqui vos pedimos: intercedei junto de Jesus para que também nós obtenhamos a graça de estar vigilantes e atentos ao grito dos pobres, daqueles que estão privados dos seus direitos, dos doentes, dos marginalizados, dos últimos.

Alcançai-nos a graça de vos ver nos olhos de quem nos olha, porque precisa de nós.

Dai-nos um coração que saiba amar a Deus presente em cada homem e mulher e que sabe reconhecer Jesus naqueles que vivem aflitos por tribulações e injustiças.

Alcançai-nos a graça de sermos, também nós, sinal de amor e esperança no nosso tempo, que vê tantos indigentes, abandonados marginalizados e migrantes.

Fazei com que o nosso amor não seja só palavras, mas seja eficaz e verdadeiro.

Rezai por nós, para podermos prestar um testemunho credível da Igreja que tem o dever de anunciar o Evangelho aos pobres, a libertação aos prisioneiros, a alegria aos aflitos, a graça da salvação a todos.

Santa Madre Teresa, rezai por esta cidade, por este povo, pela sua Igreja e por todos aqueles que querem seguir Cristo como discípulos d’Ele, Bom Pastor, realizando obras de justiça, amor, misericórdia, paz e serviço, como Ele que veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida por muitos, Cristo nosso Senhor.

Ámen.»


 

Rui Jorge Martins
Fonte (texto e imagens): Sala de Imprensa da Santa Sé
Publicado em 07.05.2019 | Atualizado em 07.05.2019

 

 
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