Papa Francisco | Boris Stroujko/Bigstock.com
Chama-se "Papa Francisco. Um homem de palavra", e é o primeiro documentário que o terá como protagonista, revelou a agência italiana SIR, acrescentando que o filme vai ser realizado pelo alemão Wim Wenders.
No projeto partilhado com o responsável da Secretaria para a Comunicação da Santa Sé, Mons. Dario Viganò, o papa conta-se pela primeira vez diretamente ao espetador, falando de temas que lhe são queridos, como ecologia, migrações, consumismo e justiça social, respondendo a perguntas provenientes de muitas das periferias do globo.
Wim Wenders foi candidato aos Óscares com os documentários "Buena Vista Social Club", "Pina" e "O sal da Terra", venceu a Palma de Ouro em Cannes, com "Paris Texas", e o Leão de Ouro em Veneza com "O estado das coisas", parcialmente filmado em Portugal, país que também foi protagonista do filme "O céu de Lisboa".
O filme nasceu da amizade entre Wim Wenders e Dario Viganò, consolidada há anos e nascida do amor pelo cinema. E foi pelo olhar original e experimental do cineasta, onde nunca falta poesia e delicadeza, que o sacerdote o convidou a assumir a realização, no Centro Televisivo Vaticano, da transmissão em direto do Jubileu da Misericórdia a partir da Praça de S. Pedro, a 8 de dezembro de 2015.
«O papa Francisco é um exemplo vivo de um homem que se bate por aquilo que diz. No filme o papa dirige-se diretamente ao espetador, com um contacto muito sincero e espontâneo. Procuramos realizar uma obra aberta a todos os espetadores, sem distinções de fé ou cultura, precisamente porque a mensagem de Francisco é universal», comentou Wim Wenders.
Mais detalhes sobre o documentário serão revelados 1 25 de maio, durante o 70.º Festival de Cannes, onde com Mons. Viganò intervirá num debate sobre cinema e espiritualidade (cf. Artigos relacionados).
«Quando penso na poética de Wim Wenders, tenho imediatamente diante de mim as imagens dos seus filmes "O céu sobre Berlim" e "Tão longe e tão perto", dos anjos da guarda por ele esboçados, bem longínquos do resíduo devocional», afirmou Mons. Viganò, que elogiou o olhar «atento e poético» do realizador, «capaz de narrar o mundo do visível e rasgos do invisível».
Com o cineasta «nasceu a ideia de um documentário que contasse o papa Francisco, que o tornasse protagonista pela primeira vez, colocando-se em jogo com a sétima arte, mas sobretudo com os espetadores», prosseguiu o sacerdote.
«O papa, através do cinema, quis empreender um novo caminho para chegar a toda a comunidade, feita de mulheres e homens de toda a fé e cultura, desejoso de responder às suas perguntas. E foi assim que se dirigiu à câmara de filmar, precisamente como fez há mais de um século o papa Leão XIII, quando pela primeira vez olhou para a objetiva, abençoando o próprio cinema», acrescentou.
O documentário, distribuído a nível internacional pela Focus Features, integrante do grupo NBC Universal, conta na equipa de produção com Wim Wenders, Samanta Gandolfi Branca, Alessandro Lo Monaco, Andrea Gambetta e David Rosier.
A produção é assegurada por Célestes Images, Centro Televisivo Vaticano, Solares Fondazione delle Arti, PTS Art’s Factory, Neue Road Movies, Fondazione Solares Suisse e Decia Films.