O Grupo de Arquitetura do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura inicia hoje a publicação nesta página da secção intitulada "Novas igrejas de todos os tempos".
A designação visa «lembrar que as igrejas sempre foram novas em cada época, pois estavam atentas ao espírito, cultura e mentalidades de cada tempo», explica a nota de apresentação da equipa coordenada pelos arquitetos João Alves da Cunha e João Norton, SJ.
«Foi esta atitude e presença no próprio tempo ao longo de séculos que criou a riqueza e diversidade artística que hoje admiramos. A Igreja sempre foi nova e velha ao mesmo tempo. E o que faz as obras grandes obras é saberem ser do seu tempo, sabendo ser também de todos os tempos porque conhecem e bebem de tudo o que as precedeu», destaca o texto.
A nota programática salienta que «a Igreja de hoje, pobre e servidora, deve ser nova e aberta no tempo presente, como sempre o foi em cada tempo por diferentes formas».
«É com esse conhecimento, e não esquecendo os que nos precederam e construíram a história de que fazemos parte, que devemos por em prática a missão de (re)criar e inovar, com verdade e a liberdade que o Espírito nos sopra. "O novo existe e é, afinal, tudo quanto há de mais antigo" (Eugène Delacroix).»
Os artigos, compostos por texto e fotografia, enquadram-se em quatro áreas temáticas. "Igreja na cidade" diz respeito a temas urbanísticos e de relação com a sociedade, enquanto que a secção "Formas" centra-se no edifício propriamente dito, nomeadamente nos aspetos exteriores da sua arquitetura, como formas, materiais e outros elementos.
Em "Interiores" dá-se relevo ao ambiente e espaço interno dos projetos, com especial atenção ao âmbito litúrgico, e na "Arte" serão realçados os elementos artísticos associados à igreja, como a pintura e escultura.
O primeiro artigo, que à semelhança dos que se vão seguir ficará agrupado no tópico "Novas igrejas de todos os tempos", detém-se nos adros, apresentando imagens de projetos em Portalegre, Pamplona, Milão e Munique.
Evolução das igrejas | Luiz Cunha, "Arquitectura religiosa moderna", 1957 | D.R.
Rui Jorge Martins