Reúne a mais importante coleção do mundo das obras sobre madeira do Beato Angélico: é a sala de exposições do museu de S. Marcos, em Florença, cuja renovação foi inaugurada a 17 de dezembro, acontecimento que marcou o culminar das celebrações dos 150 anos da instituição. O espaço permite contemplar 16 obras-primas do pintor e frade dominicano, padroeiro dos artistas, que viveu entre 1395 e 1455, e é liturgicamente evocado pela Igreja católica a 18 de fevereiro.
«A nova iluminação exalta de maneira espetacular as extraordinárias qualidades pictóricas e cromáticas das tábuas: o desenho apuradíssimo e ao mesmo tempo muito forte», declarou o diretor do museu, Angelo Tartuferi.
O responsável salienta que «já desde as primeiríssimas obras, como “Nossa Senhora com o Menino”», conservada no museu de Roterdão, «é evidente, a níveis extraordinários» a «preciosidade» do gótico tardio do religioso.
Fra Angelico entrou no início dos anos 20 no convento dos Dominicanos Observantes de Fiesole, onde depressa revela na sua pintua acentuações místicas, atualizadas pelas tendências mais recentes da pintura florentina, numa aceleração em sentido renascentista.
A inigualável exposição é parte incindível de um complexo monumental, o convento de S. Marcos – atualmente habitado por quatro religiosos dominicanos –, onde tudo fala do Ir. João de Fiesole, que nele residiu durante muitos anos.
O pintor dominicano imprimiu em muitos ambientes do edificado o selo da sua arte, desde o claustro ao ciclo de frescos das celas do dormitório no primeiro piso, até à extraordinária “Crucificação” da sala do Capítulo. Obras que ocupam lugar cimeiro na arte cristã de todos os tempos.
A sala e todo o complexo de S. Marcos oferecem ao visitante, como em nenhum outro lugar no mundo, a possibilidade de compreender a essência íntima e a complexidade histórica, artística e espiritual de um gigante da arte.