O papa recebe a 16 de junho, no Vaticano, artistas do mundo do circo e do espetáculo ambulante e popular, no âmbito do Jubileu da Misericórdia, que a Igreja católica está a assinalar até 27 de novembro.
Esperam-se artistas de vários pontos do globo que exercem a sua atividade no circo, bem como agentes ligados aos espetáculos itinerantes e parques de diversões, teatros de marionetas, coros, bandas musicais, grupos de folclore e ilusionistas, entre outras artes, à semelhança do que aconteceu em 2012, com o papa Bento XVI.
«Vós sois portadores de beleza, vós fazeis a beleza e a beleza faz bem ao homem, a beleza aproxima-nos de Deus», afirmou Francisco a 27 de janeiro deste ano, na Praça de S. Pedro, no Vaticano, após uma exibição circense.
O programa da peregrinação ao Vaticano começa a 15 de junho, com um espetáculo ao ar livre numa das praças mais centrais de Roma, e na manhã seguinte uma coluna partirá em direção à Praça de S. Pedro, para se instalar depois no auditório Paulo VI, onde se realiza a exibição "Esperando o papa", que antecede o encontro.
A duas semanas da audiência, coordenada pelo Conselho Pontifício dos Migrantes e Itinerantes, «a expetativa é já fortíssima e a emoção começa a invadir as milhares de pessoas» que acorrerão ao Vaticano, lê-se na página da associação nacional de circos de Itália.
A atuação no auditório será protagonizada por artistas de Itália, Roménia, Hungria, Rússia, Ucrânia, EUA e Canadá, estando também prevista a entrada de acrobatas de África, «continente escolhido não pela originalidade e impacto da sua aproximação à arte circense, mas também por ser expressão do circo social, proveniente de uma região que a Igreja católica traz particularmente no coração na sua missão universal».
A exibição prossegue com palhaços, os irmãos Pellegrini, acrobatas que regressam ao Vaticano depois de se terem apresentado a Bento XVI, sendo depois tocado um instrumento do século XIX aparentado ao acordeão, «verdadeiro prodígio de beleza artesanal e musical».
«A Cidade do Vaticano abrirá, por um dia, os seus braços para acolher o circo e o espetáculo popular e indicar aquela que deverá ser o acolhimento de todas as cidades italianas e do mundo para com esta antiga e insubstituível forma de arte e cultura, profundamente radicada na tradição popular», destaca a página circo.it.
Rui Jorge Martins