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"Ora et labora": Monges de Singeverga vencem concurso de Melhor Licor Conventual em mostra internacional

Imagem D.R.

"Ora et labora": Monges de Singeverga vencem concurso de Melhor Licor Conventual em mostra internacional

O licor "Singeverga", produzido no mosteiro homónimo, ganhou o primeiro prémio no Concurso de Melhor Licor na 17.ª Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais, que decorre até domingo no mosteiro de Alcobaça.

O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura visitou a edição de 2014 da iniciativa, tendo falado com o irmão beneditino José Tavares, de 77 anos, «há mais de 50» em Singeverga.

Para fazer uma remessa de licor, «processo totalmente manual», são necessárias duas semanas, envolvendo dois religiosos que fabricam a bebida de acordo com os pedidos que chegam.

«Primeiro ocorre a maceração, durante cinco a seis dias, durante os quais, diariamente, o produto tem de ser agitado duas a três vezes. Depois é destilado, e o resultado entra em nova maceração», explicou.

Paralelamente, elabora-se o xarope e o caramelo, através do qual se ajusta a cor característica do licor, e quando ambos ficam prontos são misturados com o produto da destilação, que é colocado em pipas, onde deve ficar pelo menos um ano.

José Tavares, que não é um dos religiosos responsáveis pela produção do licor, referiu ainda que as tentativas de o criar remontam à década de 30, do século XX, com a colaboração de um especialista formado em química e farmácia. A venda começou nos anos de 1940.

«O licor "Singeverga" não é uma imitação; é um licor original, preparado segundo uma fórmula nova, resultado de longas, pacientes e comprovadas experiências. É, além disso, o único licor em Portugal genuinamente monástico, inteira e exclusivamente preparado pelos monges, e por destilação direta de plantas aromáticas», lê-se na página da comunidade monacal.

«Onde estamos, está Deus. Trabalhar e orar com o espírito em Deus»: Presente na feira estava igualmente a Irmã Lúcia, do Convento do Louriçal, com as suas "Paciências", "Delícias", bolos secos de canela, limão, coco e erva doce, compostas de frutos, biscoitos do Louriçal e fatias de Santa Rita.

Há mais de meio século na congregação, a religiosa de 77 anos esclareceu que o trabalho doceiro é distribuído, especialmente em períodos de maior produção, pelas 14 religiosas, incluindo uma com perto de 90 anos e outra que ultrapassa esta idade.

A adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento é a missão principal da comunidade, que, à semelhança de Singeverga, encontra na doçaria um apoio financeiro: «É uma ajuda para o sustento do convento, que é muito antigo e por isso acarreta muitas despesas de reparação».

A mesma preocupação encontramos na irmã Maria da Conceição, de 48 anos, uma das três religiosas cistercienses a viver junto ao santuário de S. Bento da Porta Aberta, no Gerês.

«A par da regra de S. Bento, "ora et labora", também é muito importante para nós nada antepor ao amor de Cristo. A nossa presença em Alcobaça é para tentarmos viver do nosso trabalho e partilhar com pessoas mais pobres», afirmou.

Na banca estava disposta uma amostra das mais de duas dezenas de compotas caseiras, biscoitos sem ovos, "Delícias de S. Bento", feitas com amêndoa e caramelo, e um xarope de aloé vera, preparados pela comunidade.

Além da doçaria, as religiosas lavam e passam a ferro a roupa usada no Santuário, cuidam dos legumes, frutas e flores da sua quinta e praticam a ancestral arte do acolhimento monástico: «Estamos disponíveis para receber qualquer pessoa que bata à nossa porta para confiar uma intenção de oração, para estar connosco, para desabafar».

Os organizadores da mostra de doces e licores conventuais esperam receber 50 mil visitantes na edição de 2015, que contou com um espectáculo de projeção de sons e imagens na fachada do mosteiro, apresentada como a maior feita em Portugal.

"A luz do amor", nome dado à projeção, ilustrou a história de Portugal nos momentos especialmente ligados ao mosteiro, encerrando as comemorações dos 25 anos da sua classificação como Património Mundial da UNESCO.

 

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Rui Jorge Martins
Depoimentos e fotografias: Mostra Internacional de Doces e Licores Conventuais, Alcobaça, 2014
Publicado em 21.11.2015

 

 

 
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«Onde estamos, está Deus. Trabalhar e orar com o espírito em Deus»: Presente na feira estava igualmente a Irmã Lúcia, do Convento do Louriçal, com as suas "Paciências", "Delícias", bolos secos de canela, limão, coco e erva doce, compostas de frutos, biscoitos do Louriçal e fatias de Santa Rita
«A par da regra de S. Bento, "ora et labora", também é muito importante para nós nada antepor ao amor de Cristo. A nossa presença em Alcobaça é para tentarmos viver do nosso trabalho e partilhar com pessoas mais pobres»
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