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Mistérios da Semana Santa em Idanha

O livro “Mistérios da Semana Santa em Idanha”, de António Catana (textos) e Hélder Ferreira (fotografias) é apresentado esta quarta-feira, 28 de março, em Lisboa.

O volume prefaciado pelo bispo do Porto, D. Manuel Clemente, «retrata a riqueza das encenações, de uma enorme originalidade em termos mundiais, que se diferenciam de freguesia para freguesia, todas elas únicas e de grande beleza», refere uma nota enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

As associações envolvidas na promoção da Semana Santa de Idanha, que também recebe influências pagãs e judaicas, pretendem apresentar a candidatura à Lista da Unesco para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade.

A obra vai ser apresentada pelo jornalista Manuel Vilas Boas em sessão marcada para as 18h30 no Salão Nobre do Museu Nacional de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos, num programa que inclui a atuação das “Adufeiras de Monsanto”, “Encomendação das Almas” de S. Miguel de Acha e o “Canto da Verónica” de Proença-a-Velha.

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O projeto “Mistérios da Semana Santa em Idanha” é desenvolvido pela Progestur - Associação para a promoção, gestão e desenvolvimento do turismo cultural português, que edita o volume, com a colaboração da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Adraces e Inatel.

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O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura antecipa o prefácio e algumas das fotografias da obra, que a 7 de abril, pelas 16h00, terá nova sessão de apresentação, no Fórum Cultural de Idanha-a-Nova.

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A Páscoa de Cristo e o futuro da Idanha
D. Manuel Clemente

Dedico com todo o gosto algumas palavras aos “Mistérios da Semana Santa em Idanha”, agora oportunamente editados. Os textos de António Catana e o mais que o livro encerra trazem-nos uma contribuição cultural e antropológica muito bem-vinda no presente contexto local e até nacional.

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Contexto difícil, sabemo-lo bem. Para o país em geral e para algumas regiões em particular. Muito especialmente as raianas e do interior, podendo este começar a poucas dezenas de quilómetros do litoral…

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Justamente nos perguntamos sobre recursos para o futuro. Com o território que temos, as pessoas que somos e onde estamos – ou não estamos -, a capacidade de inovar que apesar de tudo demonstramos aqui ou ali, olhamo-nos com sobressalto.

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Creio bem que parte deste sobressalto advém duma avaliação demasiado restrita daquilo com que, realmente, podemos contar. Ou seja, somamos escassos recursos materiais de agora e algumas hipóteses de futuro, possíveis. Esquecemo-nos geralmente de que, antes de mais, podemos e devemos contar connosco, como povo antigo e culto, de motivações profundas, comprovadas e disponíveis.

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Nelas sobressaem as da religiosidade e piedade populares. No caso da Idanha, referem-se, naturalmente, à base ancestral em que toda a humanidade assenta, em torno da terra de cada um, dos laços de sangue e da lembrança dos mortos.

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Aí não há grande originalidade, só fundura. Mas, como estes textos bem demonstram, sobre essa base cresceu uma autêntica piedade popular, em que tais motivos foram “convertidos” pelo significado último e ultimado que a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo lhes deu. Agora, a Idanha, as suas tradições pascais, as suas terras antigas, tudo é também terra de Cristo e dos que lhe foram e são mais próximos. Culto redundado em cultura, cultura transfigurada pelo culto, podemos dizer.

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É certo que se guardou tanta coisa porque abalou muita gente… Se as terras da Idanha tivessem “sofrido” a transformação urbana e suburbana que o nosso estreito litoral conheceu, muito teria desaparecido no caldo insípido duma cultura a refazer. Não assim nas terras raianas que Monsanto vigia.

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Mas, se foi possível formar a realidade consistente que estes trechos ilustram, foi sobretudo porque a religião que a embebe só eleva da terra ao céu quando começa por trazer o céu à terra. No Menino que nasceu e foi também Homem das Dores, está tudo o que a vida dá, mais cedo ou mais tarde. Na certeza que tantas gerações transmitiram de que as coisas não acabaram assim, mas na vitória pascal que O faz agora tão representado e presente, encontra o povo cristão da Idanha uma certeza de futuro que se sobrepõe às interrogações de hoje em dia.

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É por isso que esta obra nos traz muito mais do que um catálogo de costumes bem guardados. Traz-nos sobretudo o lastro duma tradição viva de Páscoa continuada. E é com esta que, na Idanha e além dela, nos demonstramos como povo de futuro.

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In Mistérios da Semana Santa em Idanha, ed. Progestur
27.03.12

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