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Menos pressa, mais contemplação, menos sucesso, mais compaixão, pede papa, que convida à Reconciliação

Imagem Pierre-Auguste Renoir | 1910

Menos pressa, mais contemplação, menos sucesso, mais compaixão, pede papa, que convida à Reconciliação

«Não é o fazer ou o sucesso exterior que conta, mas a capacidade de parar, de voltar o olhar, de estar atento ao outro e de lhe oferecer o que verdadeiramente lhe falta», declarou o papa em mensagem vídeo que é hoje exibida.

As palavras de Francisco são dirigidas aos participantes na centésima edição da "Katholikentag", jornada dos católicos alemães que decorre a cada dois anos, e que começa esta quarta-feira em Leipzig.

Francisco sublinha que toda o ser humano «deseja a comunhão e a paz» e «precisa de uma convivência pacífica», que no entanto só podem crescer quando se semeia a «paz interior» no «coração».

«Muitas pessoas vivem numa pressa constante. Desta forma tendem a esmagar tudo o que têm em seu redor. Isto incide também sobre a forma como se trata o ambiente. Trata-se de conceder-se mais tempo para recuperar a serena harmonia com o mundo, com o criado, mas também com o Criador», assinala.

O papa salienta que a desaceleração é também essencial para o recolhimento espiritual: «Procuremos na contemplação, na oração, alcançar cada vez maior familiaridade com Deus. E aos poucos descobriremos que o Pai celeste deseja o nosso bem, Ele quer ver-nos felizes, repletos de alegria e serenos».

A mensagem prossegue com um convite ao sacramento da Reconciliação: «Deixemo-nos tocar pela misericórdia de Deus também com uma boa confissão, para nos tornarmos cada vez mais misericordiosos, como o Pai».

Depois de realçar a necessidade de intimidade com Deus, Francisco centra-se no tema da jornada, "Eis o homem", com críticas à eutanásia, ao desemprego e à negação da dignidade humana.

«Muitas vezes encontramos na sociedade o homem maltratado. Vemos como outros julgam o valor da sua vida e lhe solicitam, na velhice e na doença, que morra rapidamente. Vemos como os homens são ameaçados, agredidos aqui e ali e privados da própria dignidade, porque não têm trabalho ou são refugiados», aponta.

Nestes episódios, continua o papa, vê-se «Jesus sofredor e torturado, que pousa o olhar sobre a malvadez e sobre a brutalidade em toda a sua dimensão, que os homens sofrem ou infligem um ao outro neste mundo».

A mensagem termina com o desejo de que os católicos «deem cada vez mais espaço na vida à voz dos pobres e dos oprimidos».

Os organizadores da "Katholikentag" esperam 30 mil pessoas na abertura do encontro, que debaterá questões como os migrantes, o ateísmo e o diálogo com não-crentes, numa cidade em que se estima não haver mais do que quatro por cento de católicos.

Em 2014 cerca de 217 mil pessoas deixaram a Igreja católica na Alemanha, de acordo com a Conferência Episcopal, diminuição que segue a tendência estável dos últimos 20 anos, período em que o número de fiéis caiu quatro milhões.

 

Rui Jorge Martins
Com "La Croix"
Publicado em 25.05.2016

 

 
Imagem Pierre-Auguste Renoir | 1910
«Muitas vezes encontramos na sociedade o homem maltratado. Vemos como outros julgam o valor da sua vida e lhe solicitam, na velhice e na doença, que morra rapidamente. Vemos como os homens são ameaçados, agredidos aqui e ali e privados da própria dignidade, porque não têm trabalho ou são refugiados»
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