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"Meditações do Oriente": Irmã Marie Keyrouz e "Ensemble pela Paz" em Portugal

Imagem Irmã Marie Keyrouz | D.R.

"Meditações do Oriente": Irmã Marie Keyrouz e "Ensemble pela Paz" em Portugal

A Irmã Marie Keyrouz e o "Ensemble pela Paz" atuam no próximo dia 20 de junho em Lisboa, no anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian, em concerto integrado na agenda do programa "Próximo Futuro".

Doutorada em Antropologia Religiosa e Musicologia, fundadora e presidente do Instituto Internacional de Canto Sacro (Paris), a Irmã Marie Keyrouz interpreta músicas tradicionais do Oriente - maronitas, bizantinas, melquitas e arménias - e do Ocidente, como cantos gregorianos e do rito ambrosiano.

«Quando o Líbano estava a ser destruído por bombas (1984) e a sua maior necessidade era a paz, a Irmã Marie Keyrouz vivia em Beirute e sonhava fazer algo para combater a dilaceração do seu país pela chamada guerra religiosa, a intolerância, a degradação da cultura e o esquecimento do sagrado», lê-se na sua página.

Neste contexto, a religiosa chamou os seus colegas de todas as religiões e confissões do Líbano para os «reunir em torno de música sagrada e tentar vencer o mal e o horror da guerra com tudo o que era espiritual e belo; e assim começou o “Ensemble pela Paz”».

«Três anos depois, a religiosa conseguiu juntar entre os membros do seu conjunto músicos de todos os países e religiões do Próximo e Médio Oriente. Doutorados em Musicologia, em Música, compositores ou simples profissionais do seu instrumento: voz, “ud”, “kanoun”, cítara oriental, secção de ritmos, "nay" ou flauta de bambu, “kaman”, etc.»

«Uma prece de Jesus Cristo, uma reflexão de um filósofo ou poesia mística, estas meditações são escolhidas e entoadas para acender a vela do caminho de cada ser humano, na peregrinação rumo ao seu interior. Estas meditações encontram a sua inspiração musical no aramaico, bizantino, siríaco e nas liturgias tradicionais maronitas, bem como nos pequenos intervalos da música clássica oriental e nos tons que usa para sustentar o texto sagrado», assinala a nota de apresentação do concerto.

«Os músicos, solistas, são participantes ativos nas rezas, tanto quando acompanham a canção, como quando improvisam, fazendo eco da voz que se entrega de forma humana, espiritual e técnica à performance. Podemos nós, pela elegância destas meditações, provocar um encontro do ser humano com o divino e permitirmo-nos diluir-nos no mistério do silêncio e da paz eterna de Deus?», interroga o mesmo texto.

A religiosa está convencida de que «a ignorância e a pobreza estão na base das fraturas sociais e das guerras; e nas relações de amizade, como nas que pontuam os interesses comuns entre as nações, a Irmã Marie tem a firme convicção de que a cultura constitui um elemento primordial».

As receitas dos seus discos e concertos revertem para o apoio de crianças desfavorecidas, nomeadamente através do financiamento de bolsas de estudo, escolarização e financiamento de projetos educativos e médicos.

«O canto é a única ocasião de exprimir uma verdade que, de outra forma, seria inaudível, e que o mal que invade o mundo só será vencido com o Belo e o Sagrado», acentua a Irmã Marie.





 

Rui Jorge Martins
Publicado em 12.06.2015 | Atualizado em 22.04.2023

 

 

 
Imagem Irmã Marie Keyrouz | D.R.
Estas meditações encontram a sua inspiração musical no aramaico, bizantino, siríaco e nas liturgias tradicionais maronitas, bem como nos pequenos intervalos da música clássica oriental e nos tons que usa para sustentar o texto sagrado
«O canto é a única ocasião de exprimir uma verdade que, de outra forma, seria inaudível, e que o mal que invade o mundo só será vencido com o Belo e o Sagrado»
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