Cinema
"Le Havre" é o melhor filme europeu de 2011 para os comunicadores católicos
A região europeia da Signis, Associação Católica Mundial para a Comunicação, considerou “Le Havre”, de Aki Kaurismaki, o melhor filme europeu de 2011.
«Na sua lacónica estrutura narrativa bem conhecida» o realizador finlandês analisa a «atualíssima» questão da migração, refere o site da Signis.
Aki Kaurismaki mostra que o problema «não é irremediável nem insolúvel» e que a «solidariedade e humanidade, reforçadas com um humor seco, obtêm a vitória sobre a indiferença e o egoísmo», acrescenta a nota.
O filme, que estreou em Lisboa e Porto a 16 de fevereiro, conta a história de um engraxador que tenta salvar uma criança que imigra para a França.
«Marcel Marx, um antigo escritor e conhecido boémio, retirou-se para um exílio voluntário na cidade portuária de Le Havre, onde se sente mais próximo das pessoas ao servi-las na nobre, mas pouco lucrativa, profissão de engraxador de sapatos», conta a sinopse divulgada pelo distribuidor do filme em Portugal.
«Enterrou os sonhos de um interregno literário e vive feliz no triângulo formado pelo seu bar favorito, o seu trabalho e a sua mulher Arletty, quando o destino subitamente coloca no seu caminho um jovem refugiado africano, menor de idade.»
«Como Arletty adoece gravemente na mesma altura e fica de cama, Marcel terá mais uma vez de se erguer contra a fria barreira da indiferença humana com a única arma de que dispõe: o seu otimismo inato e a constante solidariedade dos vizinhos, mas contra ele tem a máquina cega do aparelho do estado, aqui representada pelo cerco policial que pouco a pouco se vai fechando em volta do jovem refugiado.»
O segundo trabalho mais votado pela Signis, após disputa renhida com o vencedor, foi “O miúdo da bicicleta», dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne.
«Orfão de mãe, Cyril não aceita a rejeição do pai com quem vivia até há pouco tempo. Na primeira oportunidade escapa da casa de acolhimento e vai direito ao prédio onde moravam para procurar o pai e a sua bicicleta», resume Margarida Ataíde em artigo publicado no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
“Pina”, do cineasta Wim Wenders, sobre a coreógrafa Pina Bausch, falecida em 2009, ocupou o terceiro lugar das preferências dos jurados de 26 membros nacionais da Signis Europa.
O quarto lugar foi, em igualdade, para “Melancholia”, do dinamarquês Lars von Trier, e “Crulic – O caminho para além”, da romena Anca Damian.
Os prémios pretendem «promover e criar interesse pelos filmes europeus que se distinguem por causa da sua qualidade cinematográfica, bem como pelo valor do tema» abordado.
“Dos homens e dos deuses”, do francês Xavier Beauvois, foi o melhor filme de 2010 para a Signis.
Rui Jorge Martins
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26.02.12