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Música: Um Natal francês, de Charpentier a Franck

Música: Um Natal francês, de Charpentier a Franck

Imagem Capa | D.R.

“Joyeux Noël” é uma caixa que em três discos tem a ambição de restituir intacto o fascínio das celebrações natalícias tal qual são – ou melhor, eram – festejadas musicalmente no território francês; e em parte consegue. O repertório é decididamente desequilibrado para autores e obras do Barroco tardio, mas a importâncias das forças em campo justifica o valor da proposta.

A caixa da Brilliant Classics, com mais de 60 faixas, recolhe a reedição de três discos já publicados entre 1996 e 2014. O primeiro (ex-álbum Naxos) reúne algumas obras-primas absolutas de Marc-Antoine Charpentier (1643-1704), autor de peso do Antigo Regime aos tempos do Rei Sol.

O Aradia Ensemble, dirigido por Kevin Mallon, apresenta seguidamente o “Te Deum H. 146” (com o célebre Prelúdio utilizado como genérico das transmissões televisivas via Eurovisão), o salmo vespertino “Dixit Dominus H. 204” e sobretudo a esplêndida “Missa da Meia-noite para Natal H.9”, síntese exemplar entre registo culto e popular em que emergem toda a mestria e o gosto refinado do compositor transalpino.

No coração do segundo CD encontramos “As Seis Sinfonias de Natal” de Michel Corrette (1709-1795), confiadas ao grupo “La Fantasia”, guiado por Rien Voskuilen (ex-álbum Amsterdam Classics). Numa mistura de elementos sacros e profanos, mesmo no interior destes trechos reflete-se o eco mais ou menos direto das melodias tradicionais dos cânticos franceses e de algumas fascinantes e sugestivas representações sonoras da história do Natal.

No último disco o organista Christian Lambour recolhe uma atmosfera de cantos provenientes de autores como Alexis Chauvet (1837-1871) – conhecido pelos seus contemporâneos como “o pequeno Bach” –, Théodore Dubois (1837-1924), Alexandre Guilmant (1837-1911) ou o supremo César Franck (1822-1890). São trechos de género e natureza pastoral, alguns de carácter mais festivo, outros imersos em atmosfera mais íntima, que contribuem para recriar as tintas matizadas de um fresco a contemplar à luz da vela.



 

Andrea Milanesi
In "Avvenire"
Trad.: SNPC
Publicado em 09.12.2017

 

 

 
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