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Jovens estão a ser condenados à emigração e discriminação, afirma papa

Jovens estão a ser condenados à emigração e discriminação, afirma papa

Imagem Voy/Bigstock.com

O papa considera que está a ser criada «uma cultura que por um lado idolatra a juventude procurando torná-la eterna, mas por outro, paradoxalmente», condena os jovens «a não possuir um espaço de real inserção».

No “Te Deum”, celebração de ação de graças pelo ano de 2016 a que presidiu este sábado, no Vaticano, Francisco sublinhou que os jovens estão a ser marginalizados da vida pública, «obrigando-os a emigrar ou a mendigar ocupação que não existe ou que não lhes permite projetar o amanhã».

«Privilegiamos a especulação em vez de trabalhos dignos e genuínos que lhes permitam ser protagonistas ativos na vida da nossa sociedade. Esperamos deles e exigimos que sejam fermento de futuro, mas discriminamo-los e “condenamo-los” a bater a portas que, na maioria delas, permanecem fechadas», frisou.

Para o papa, «não se pode falar de futuro» sem «assumir a responsabilidade» que a sociedade tem com os jovens: «Mais do que responsabilidade, a palavra justa é dívida: sim, a dívida que temos para com eles».

«Falar de um ano que termina, é sentirmo-nos convidados a pensar como estamos a interessar-nos com o lugar que os jovens têm na nossa sociedade», acentuou Francisco.



«A cada um de nós é pedido para assumir o compromisso próprio – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir»



Ao meditar sobre o nascimento de Jesus, o papa afirmou que os cristãos são convidados a não ser como o estalajadeiro de Belém que, à vista do jovem casal [Maria e José], dizia: aqui não há lugar. Não havia lugar para a vida, não havia lugar para o futuro».

«A cada um de nós é pedido para assumir o compromisso próprio – por mais insignificante que possa parecer – de ajudar os nossos jovens a encontrar aqui na sua terra, na sua pátria, horizontes concretos de um futuro a construir. Não nos privemos da força das suas mãos, das suas inteligências, das suas capacidades de profetizar os sonhos dos seus idosos», declarou.

Só será possível construir um «futuro que seja digno» dos jovens se se apostar «numa verdadeira inclusão: a inclusão resultante do trabalho digno, livre, criativo, participativo e solidário».

«Ver o presépio desafia-nos a ajudar os nossos jovens para não ficarem desiludidos à vista das nossas imaturidades, e a estimulá-los para que sejam capazes de sonhar e lutar pelos seus sonhos; capazes de crescer e tornar-se pais e mães do nosso povo», apontou o papa.



 

Rui Jorge Martins
Publicado em 09.01.2017

 

 

 
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