A iniciativa "Escutar a cidade", que visa escutar as perspetivas de personalidades que vivem no patriarcado de Lisboa mas não partilham a pertença à Igreja, é destacada na edição impressa de hoje do jornal do Vaticano, "L'Osservatore Romano".
O artigo, redigido em italiano por Giovanni Zavatta, é publicado no mesmo dia em que decorre o primeiro encontro, dedicado ao tema "Identidades, comportamentos e modos de vida", com intervenções de António Guerreiro, Maria Benedicta Monteiro e José Machado Pais.
«A inspiração veio da exortação apostólica "Evangelii gaudium" do papa Francisco: ser Igreja "em saída", chegar às margens, as periferias, as fronteiras internas da sociedade, experimentar novos modos de narrar a fé, fazer comunidade», explica o jornalista na abertura do texto.
Depois de referir que a plataforma é promovida por 27 organismos, entre comunidades, movimentos, organizações e grupos, o artigo sublinha que o projeto insere-se no processo sinodal que o patriarca, D. Manuel Clemente, iniciou em 2014.
O sínodo conclui-se em 2016, «tricentésimo aniversário da bula pontifícia "In supremo apostolatus solio", com a qual o papa Clemente XI, a 7 de novembro de 1716, elevou a arquidiocese de Lisboa à categoria de patriarcado».
Para Jorge Wemans, «fundador do jornal "Público" e representante do Movimento dos Profissionais Católicos (Metanoia), a Igreja não vive para si mesma mas para servir os homens e as mulheres reais do tempo de hoje».
«"Por isso escutá-los não é só uma opção mas uma coisa fundamental do modo de ser católico", explicou, fazendo votos de que a Igreja se coloque numa atitude de "escuta permanente"», lê-se no texto.
O artigo termina com palavras proferidas pelo patriarca de Lisboa, aquando do lançamento do sínodo: «Há inegáveis problemas práticos de arranjo e segurança dos espaços. Mas, se conseguirmos progredir neste ponto, retomando criativamente o serviço dos antigos ostiários – que abriam e guardavam os templos –, proporcionaremos a muitos um lugar propício ao encontro, ao encontro com Cristo».
A sessão desta quinta-feira, que à semelhança das seis que compõem o programa tem entrada livre, realiza-se das 19h00 às 21h00 no Fórum Lisboa (Av. de Roma, 14 L).
Rui Jorge Martins