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D. João Lavrador

Jornada da Pastoral da Cultura: dar alegria e esperança à sociedade portuguesa

D. João Lavrador, bispo auxiliar do Porto e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, antecipa a 8.ª Jornada da Pastoral, dedicada ao tema “Há uma alegria e uma esperança para nós – O diálogo com a Cultura no espírito do Concílio”.

 

O que se pode esperar da Jornada da Pastoral da Cultura?

A revisitação do Concílio Vaticano II 50 anos depois do seu início, o que quer dizer olhar para os seus textos com todo o dinamismo, profetismo e carga de esperança que mantêm. Ao mesmo tempo servirá para verificar que a receção do Concílio ainda tem muito para alcançar.

Trata-se de olhar para o percurso que já foi feito e reencontrar os dinamismos que nos podem projetar no futuro, particularmente numa época em que precisamos de recolher a esperança que nos vem de Cristo.

Em cada época da história a Igreja deu motivos de esperança à humanidade e é com eles que hoje queremos iluminar o nosso tempo e a nossa cultura.

 

Os convidados abarcam diversas expressões da arte e do pensamento e com diferentes posicionamentos face à Igreja. Que comentário lhe merece esta abertura?

Penso que é inevitável. O teólogo Karl Rahner olhava para a expressão teológica a partir da antropologia. É a pessoa que está em causa. O Concílio colocou em diálogo Deus e o Homem e este toma as rédeas da sua história a partir da autonomia que Deus lhe concede.

Quem tem o dom da fé integra na cultura aqueles que são os dinamismos que Deus quer colocar na história. Sendo crente ou não crente, sendo alguém que tem Deus mais presente na sua vida ou que o coloca como interrogação, sendo aquele que o perspetiva a partir da arte ou que o vê por uma réstia de luz que a sua razão lhe possa oferecer, todos estamos irmanados nas mesmas perguntas e procuras que se colocam à humanidade e que só Deus pode responder.

 

O que lhe parece o cruzamento entre a teologia e a arte proporcionado pelos painéis?

É ótimo. Na teologia encontramos hoje muitas expressões poéticas e da cultura, no seguimento das descobertas feitas nas últimas décadas, particularmente no Concílio e com os últimos papas. Bento XVI, por exemplo, recorre a uma razão que não é meramente especulativa mas é também emocional e poética, estabelecendo laços com os fenómenos culturais.

 

Que importância tem hoje a constituição Gaudium et spes, de onde vem o tema da Jornada (Há uma alegria e uma esperança para nós)?

A Gaudium et spes foi o último documento do Concílio. Há quem diga que foi um texto demasiado apressado por se estar no fim da assembleia, enquanto outros sublinham que tem por trás toda a experiência conciliar de quatro anos.

É um documento que começa com uma proposta extraordinária de diálogo com o mundo, apresentando o que genuinamente a Igreja tem para oferecer: a alegria e a esperança que Cristo lhe dá e que não é deste mundo. Mas ao mesmo tempo a Igreja sente que tem de assumir as angústias e os sofrimentos da humanidade.

Estou com muita expetativa relativamente a esta Jornada porque penso que pode projetar alegria e esperança profundas na sociedade portuguesa, caracterizada por alguma tristeza. melancolia e apreensão, particularmente na dimensão económica, que influencia toda a existência humana. A cultura tem de dar saltar deste âmbito e oferecer outras projeções.

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 06.06.12

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