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Igreja apela à «dissidência» dos jovens e a serem «contracorrente»

Igreja apela à «dissidência» dos jovens e a serem «contracorrente»

Imagem Nyul/Bigstock.com

A juventude pode oferecer à Europa a sua «dissidência», «uma dissidência positiva e santa, não de outro género», considera o cardeal italiano Angelo Bagnasco, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, que de terça-feira até hoje organizou em Barcelona, Espanha, um congresso sobre o acompanhamento dos jovens.

«[Dissidência significa] andar contracorrente e poder dizer com amor, paixão e entusiasmo que "o rei vai nu", isto é, que a Europa como está arrisca-se a ficar despida, a não ter mais nada da sua riqueza, da sua beleza. Andar contracorrente quer dizer recomeçar a reconstruir a roupagem verdadeira da Europa que todos amamos», afirmou.

Que coisa diria hoje aos jovens europeus?
Escutarem-se a si próprios, escutarem as perguntas profundas do seu coração, despertarem a alma mais verdadeira da sua pessoa e confiarem-se mais ao Senhor e á Igreja como comunidade cristã. Não temos medo do Senhor Jesus, que pede tudo mas dá tudo. E o tudo de Deus é muito mais que o tudo de nós.

Estamos numa Europa em crise e que tem dificuldade em dar espaço aos jovens. Em que é que errou o Velho Continente?
Negou-se a si próprio e às sua origens e acreditou poder refazer-se, repensar-se e redefinir-se prescindindo das suas próprias origens. Mas isso é impossível. De todos os pontos de vista. Se a Europa continuar a cortar com as suas origens, tornar-se-á outra coisa mas não será melhor.

O papa Francisco dedicou um sínodo aos jovens...
É uma opção que vem em boa hora, que nos ajuda também, bispos nas nossas dioceses. De um certo ponto de vista quis colocar sob os focos, e nós com ele, o mundo juvenil que na Europa está a desaparecer. Compreendo que dizer assim possa parecer excessivo, mas está a diminuir. O problema demográfico é conhecido, com situações diferentes consoante os países. E depois a escolha do papa faz sentir aos jovens que estão no coração da comunidade cristã, não na periferia, e que têm todo o apreço e a confiança da Igreja. Queremos fazer sentir a maternidade da Igreja. Sabemos que na nossa Europa há uma falta de referências conceituadas de que todos temos necessidade, mas em particular o mundo juvenil. A Igreja quer ser uma presença de referência, uma maternidade em quem contar, mesmo se às vezes essa maternidade nem sempre é percecionada pelos jovens, infelizmente. Mas na Igreja deve existir e há.

O que pede a Igreja aos jovens?
Que ajudem a Igreja através das suas esperanças, dos seus sonhos e das suas turbulências, a estarem junto a ela, sempre mais e sempre melhor. Como mãe. Uma Igreja sem jovens é família sem filhos. A juventude em si é a estação que exprime, melhor do que qualquer outra, o futuro, a esperança, a imaginação e o desejo de participar e de ser. E este é um património que deve ser valorizado, promovido, protegido e relançado. Isto vale para a Igreja e para a Europa. É uma riqueza, um pressuposto, um motivo de grande esperança para a Igreja, mas também para o continente. Espero que sejam, como sabem ser, contagiosos onde quer que vivam.



 

SNPC
Fonte: SIR
Publicado em 31.03.2017

 

 
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