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Áustria

Festival de Salzburgo abre espaço à música sacra e ao diálogo inter-religioso

O cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, participou sexta-feira e sábado em dois debates promovidos pelo festival de Salzburgo, um dos mais prestigiados do mundo, que este ano viu a sua abertura antecipada para dar espaço à música sacra.

A 20 de julho, primeiro dia do festival criado em 1920, realizou-se um debate entre o prelado e Arthur Schneier, rabino da Sinagoga de Park East, em Nova Iorque, mas natural da capital austríaca, refere o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, acrescentando que o tema do encontro público foi a religião e a música na Europa.

Quando a 18 de abril de 2008 o rabino Arthur Schneier recebeu Bento XVI na sua sinagoga, utilizou uma imagem tanto sugestiva quando significativa: «Recordo-me dos querubins (…) que durante o período bíblico repousavam diante da arca da Aliança. As suas asas apontavam para os céus, mas também estavam uma diante da outra. Com integridade, e fiéis às nossas respetivas tradições, olhamos para o céu, mas para sentirmos a presença de Deus também devemos pôr-nos uns diante dos outros».

Este foi o primeiro evento da Ouverture Spirituelle do festival, projeto concebido pelo diretor artístico, Alexander Pereira, descendente de portugueses que no século XVIII se fixaram em Viena.

A ideia da “Abertura Espiritual” foi inspirada pela cidade, que «com as suas belas igrejas está predestinada a dedicar mais atenção às obras litúrgicas que foram primeiramente relegadas para as salas de espetáculos», em vez de serem interpretadas «nos espaços sagrados para que foram escritas» e que por esse motivo ficaram «cada vez mais postas à margem», explica no editorial.

«Não nos limitaremos à tradição católica e protestante, mas convidaremos anualmente uma confissão diferente e a sua música, iluminando não apenas a vertente da música e religião em discussões públicas, mas também as relações entre as confissões», assinala Alexander Pereira, acrescentando que este ano o foco se centra na fé judaica. Em 2013 será a vez do budismo e no ano seguinte o islamismo, adianta o site austríaco kathweb.

Este sábado o cardeal Schönborn participou no colóquio “Criador e criatura”, com a investigadora Hanna-Barbara Gerl-Falkovitz, o ministro alemão da investigação científica, Karlheinz Töchterle, e o teólogo suíço Hans Weder.

Até 29 de julho o festival propõe 12 concertos de música sacra e debates sobre temas religiosos, incluindo, nesta quarta-feira, um painel sobre «espiritualidade na cultura», com a participação do arcebispo de Viena.

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 22.07.12

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