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Fátima é um «fenómeno social e cultural» mesmo para quem não crê em Deus

Fátima é um «fenómeno social e cultural» mesmo para quem não crê em Deus

Imagem ribeiroantonio/Bigstock.com

Que leituras não crentes se fazem de Fátima, para além do insulto inconsequente e desprovido de argumentação? As aparições na Cova da Iria têm suscitado a reflexão espiritual-teológica entre católicos e fiéis ligados a outras comunidades de fé, mas também em pessoas que se afirmam afastadas da Igreja e de Deus.

A edição de hoje do "Público" apresenta um artigo com a perspetiva de quatro personalidades sobre Fátima, que sintetizamos, enquadrando-o na inspiração do papa emérito Bento XVI ao abrir a Igreja católica ao Átrio dos Gentios, plataforma para o diálogo entre crentes e não crentes inserida no Conselho Pontifício da Cultura.

O filósofo José Gil considera que Fátima «é um fenómeno social e cultural» resultante de «uma montagem institucional e de uma crença muito forte e espontânea».

Também o papa Francisco, que visita o santuário a 12 e 13 de maio, no contexto dos 100 anos das aparições da Virgem aos três pastorinhos, deve ser visto «como uma figura não só religiosa, mas também como um fenómeno cultural».

O historiador Fernando Rosas assinala que Fátima «é muito importante na campanha de recristianização» ocorrida a partir de 1930, emergindo, no seu entender, como «fruto de um contexto histórico, de todo um "pathos" de tragédia nacional que chama ao providencialismo divino».

«O que não se consegue explicar tem que ser investigado», declara, por sua vez, o cientista João Caraça, que analisa as aparições enquanto «manifestações de uma realidade interior», «de carácter individual», que «não é suscetível de ser medido» e que por isso não pode ser cientificamente medido.

É «com muita impressão e muita interrogação» que o cineasta João Canijo entende as aparições e as peregrinações que continuam a motivar, núcleo do seu último filme, recentemente estreado, "Fátima".

Depois de afirmar que não entende «como é que a necessidade de Deus, de uma crença ou de uma fé pode levar as pessoas a fazerem um esforço e um sacrifício tão grande para tentar uma aproximação a Nossa Senhora», o realizador sublinha que «o mais importante não é acreditar que os milagres aconteceram».

«O importante é que milhões de pessoas comungam dessa crença. Esse é que é o fenómeno», assinala.



 

SNPC
Fonte: "Público"
Publicado em 30.04.2017

 

 
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