O Centro de Investigação em Teologia e Estudos da Religião (CITER) vai realizar, em Lisboa, durante o mês de junho, os seminários abertos com entrada livre “Cuidar da vida – A bioética e o feminino” e “Mulheres, Igreja e jornalismo. A comunicação como nova fronteira”.
As organizadoras, Luísa Almendra e Teresa Bartolomei, sublinham que «as questões bioéticas têm pertinência direta com a perspetiva de género envolvida na sua discussão e solução».
«Palavras como geração, gestação, amamentação, não designam evidentemente puros fatos biológicos, mas hoje em dia envolvem crescentemente possibilidades técnicas, opções sociais e individuais, estratégias económicas, orientações culturais e axiológicas em que o papel atribuído ao feminino resulta extremamente significativo», destacam.
O encontro parte da convicção de que «ciência, ética, política e religião cruzam-se» na «noção de feminino de forma inédita e desafiadora, numa interdependência que é preciso discutir, explorar, refletir, conjugando fidelidade à verdade da tradição, respeito incondicionado da dignidade humana, e abertura profética à novidade».
Na sessão, que decorre no dia 5, às 18h30, no Instituto Italiano de Cultura, intervém Luisella Battaglia, da Universidade de Génova e presidente do Instituto Italiano de Bioética, conferência que será traduzida para português.
No mesmo espaço e à mesma hora, no dia 18, aborda-se o tema "Mulheres, Igreja e jornalismo. A comunicação como nova fronteira", com a participação da jornalista italiana Fausta Speranza, da redação internacional do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, também com tradução para português.
«Não pode haver por isso comunicação neutra, mas só interpretação crítica dos conteúdos em relação à promoção de determinados bens sociais. A “verdade” da comunicação é por isso o resultado da “verdade da informação” (“no fake-news!”) e da sua interpretação à luz das exigências postas pelos bens comuns das sociedades», destaca o centro de investigação da Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
Por isso, «o estatuto da mulher na sociedade e na Igreja torna-se hoje um critério essencial» para redefinir a «noção de bem público de forma mais justa e consistente do que no passado».