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Escutar, discernir, decidir, foi assim o sínodo, assim deve ser a Igreja: Papa assina exortação sobre os jovens

A revelação do anjo Gabriel a Maria – pelo seu «sim», dela nasceria o Filho de Deus –, que a Igreja evoca hoje na solenidade da Anunciação do Senhor, nove meses antes do nascimento de Jesus, marcou o sínodo dos bispos sobre os jovens, sublinhou hoje o papa no santuário italiano de Loreto, onde assinou o documento inspirado na assembleia de outubro, no Vaticano, e onde também vincou a importância da família e dos doentes.

Francisco decidiu promulgar em Loreto a exortação pós-sinodal “Christus vivit – Cristo vive” porque, na anunciação à Mãe de Cristo, está patente «a dinâmica da vocação expressa nos três momentos que articularam o sínodo: escuta da Palavra-projeto de Deus, discernimento, decisão».

«É preciso estar pronto e disponível para escutar e acolher a voz de Deus, que não se reconhece no barulho ensurdecedor e na agitação. O seu desígnio sobre a nossa vida pessoal e social não se percebe permanecendo à superfície, mas descendo a um nível mais profundo, onde agem as forças morais e espirituais», vincou.

O segundo momento típico de cada vocação, isto é, resposta ao chamamento que Deus faz na vida do cristão, seja para o laicado, seja para a consagração, está na vontade, manifestada por Maria, de perceber «todas as exigências do projeto de Deus na sua vida», para «tornar mais responsável e mais completa a sua colaboração».



«Na delicada situação do mundo atual, a família fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais. É necessário redescobrir o desígnio traçado por Deus para a família, para reiterar a sua grandeza e caráter insubstituível ao serviço da vida e da sociedade»



«É a atitude própria do discípulo: toda a colaboração humana à iniciativa gratuita de Deus deve inspirar-se num aprofundamento das capacidades e atitudes individuais, conjugado com a consciência de que é sempre Deus a dar, a agir; assim, a pobreza e a pequenez de quantos o Senhor chama a segui-lo no caminho do Evangelho transforma-se na riqueza da manifestação do Senhor», apontou o papa.

Por fim, «a decisão», terceiro passo que caracteriza a vocação cristã, encontra o paradigma na resposta de Maria ao anjo: «Faça-se em mim segundo a tua palavra»: «É o “sim” da confiança plena e da disponibilidade total à vontade de Deus. Maria é o modelo de cada vocação e inspiradora de toda a pastoral vocação; os jovens que estão à procura ou se interrogam sobre o seu futuro, podem encontrar em Maria aquela que os ajuda a discernir o projeto de Deus sobre si próprios e a força para aderir a ele».

O papa observou que «na delicada situação do mundo atual, a família fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais. É necessário redescobrir o desígnio traçado por Deus para a família, para reiterar a sua grandeza e caráter insubstituível ao serviço da vida e da sociedade».

Da intervenção de Francisco emerge uma diretiva concreta para a atuação da Igreja: «Família e jovens não podem ser dois setores paralelos da pastoral das nossas comunidades, mas devem caminhar estreitamente unidos, porque muitas vezes os jovens são aquilo que uma família lhes deu no período do crescimento».



«São precisas pessoas simples e sábias, humildes e corajosas, pobres e generosas. Em suma, pessoas que, na escola de Maria, acolham sem reservas o Evangelho na sua vida»



Para Francisco, «a doença fere a família, e os doentes devem ser acolhidos dentro da família. Evitemos cair na cultura do descartável que nos chega da homologação. A casa e a família são a primeira cura do doente no amá-lo, apoiá-lo, encorajá-lo e cuidar dele».

«Daqui lhes envio, a todos, em todo o mundo, um pensamento afetuoso, e digo-lhes: vós estais no centro da obra de Cristo, porque partilhais e levais da maneira mais concreta, atrás dele, a cruz de cada dia. O vosso sofrimento pode tornar-se uma colaboração decisiva para a vinda do Reino de Deus», apontou.

Dirigindo-se aos colaboradores do santuário italiano – e como não pensar nos santuários marianos de todo o mundo –, Francisco lembrou que a eles «Deus, por meio de Maria, confia uma missão» neste tempo: «Levar o Evangelho da paz e da vida aos nossos contemporâneos, tantas vezes distraídos, tomados pelos interesses terrenos ou mergulhados num ambiente de aridez espiritual».

«São precisas pessoas simples e sábias, humildes e corajosas, pobres e generosas. Em suma, pessoas que, na escola de Maria, acolham sem reservas o Evangelho na sua vida», acentuou o papa.

A 15.ª assembleia geral ordinária do sínodo dos bispos, sobre "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional", realizou-se entre 3 a 28 de outubro.


 

Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Imagem: Assinatura da exortação pós-sinodal | Santuário de Loreto, Itália | 25.3.2019 | Sala de Imprensa da Santa Sé
Publicado em 25.03.2019

 

 
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