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Diretor do Observatório Astronómico do Vaticano saúda descoberta de água líquida em Marte

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Diretor do Observatório Astronómico do Vaticano saúda descoberta de água líquida em Marte

A descoberta de água líquida a correr durante os meses de verão em Marte, anunciada na segunda-feira pela NASA, agência espacial norte-americana, foi hoje saudada pelo diretor do Observatório Astronómico do Vaticano.

«Consegue ver-se os sulcos dos rios a mudar ao longo do ano marciano. Por isso não estamos a falar de água que já lá estava há muito tempo, ou água que está congelada sob a superfície, mas água líquida na superfície», explicou o irmão Guy Consolmagno à Rádio Vaticano.

O religioso jesuíta considera que as interações e reações químicas que salgam a água "no planeta vermelho" não são «inconsistentes com a possibilidade de alguma espécie de vida microbial sob a superfície»: «Não é, de todo, prova disso, mas é certamente um passo na direção certa».

Guy Consolmagno, nomeado pelo papa Francisco, a 17 de setembro, para dirigir o Observatório, salienta que a possibilidade de vida em Marte não é motivo para causar crises de fé entre os católicos; pelo contrário, a existência de vida noutros planetas revela mais de Deus.

«O importante é reconhecer que o universo é criado por Deus», frisou, antes de afirmar: «Se Deus quis criar um universo onde nós somos as únicas criaturas, é interessante, diz-nos algo sobre Deus e nós», e o mesmo acontece se Deus criou um cosmo onde a vida está espalhada.

A busca de vida no universo continua a fascinar os cientistas porque o único exemplo conhecido até hoje é a Terra, realça o investigador que em 2014 foi distinguido pela Sociedade Astronómica Americana com a medalha "Carl Sagan".

«Não temos nenhuma ideia se a vida é tão rara que não ocorre em mais lado nenhum, ou tão comum que ocorra em todo o lado, e é por isso que temos de procurar lugares onde a vida possa existir, para saber o quão rara ou quão comum ela é», assinalou Guy Consolmagno.

Com uma temperatura média de -63 graus Celsius, Marte mede cerca de metade do nosso planeta. Cada dia tem 24,6 horas terrestres, o ano completa-se ao fim de 687 dias terrestres e a sua gravidade é de 38 por cento a da Terra.

Seco e sujeito a tempestades de poeira, o ar em Marte é sobretudo composto por dióxido de carbono, venenoso para os seres humanos. Como na Terra, podem ser encontrados vulcões, montanhas geladas, desfiladeiros e quatro estações. A distância mais curta entre os dois planetas é estimada em 56 milhões de km.

O Observatório Astronómico do Vaticano possui telescópios na sua sede, em Castel Gandolfo, próximo de Roma, bem como no estado de Arizona, nos EUA, onde dispõe de equipamentos mais avançados.

 




 

Rui Jorge Martins
Publicado em 29.09.2015 | Atualizado em 25.04.2023

 

 

 
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«Não temos nenhuma ideia se a vida é tão rara que não ocorre em mais lado nenhum, ou tão comum que ocorra em todo o lado, e é por isso que temos de procurar lugares onde a vida possa existir, para saber o quão rara ou quão comum ela é»
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