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"Desporto, ética e transcendência": Novo livro reflete sobre superação, sacralidades, mitos e simbólica

Imagem Capa (det.) | D.R.

"Desporto, ética e transcendência": Novo livro reflete sobre superação, sacralidades, mitos e simbólica

O livro "Desporto, ética e transcendência" foi hoje lançado no Museu Nacional do Desporto, em Lisboa, com a presença do Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses.

Publicada pelas Edições Afrontamento, a obra é coordenada por José Tolentino Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, e Alfredo Teixeira, professor e docente da Faculdade de Teologia da mesma instituição.

O volume, que foi apresentado por Marçal Grilo e José Lima, resulta das conferências proferidas a 20 de maio de 2015 no colóquio internacional “Desporto, Ética e Transcendência”, realizado na Universidade Católica, em Lisboa.

Ética, o significado de superação, sacralidades desportivas, mitos, simbólica e a dimensão da transcendência no desporto são alguns dos temas abordados no livro (176 páginas, 12,00 €).

José Couceiro, treinador de futebol, Gonçalo M. Tavares, escritor, Ribeiro Cristóvão, jornalista, e Leila Marques, ex-atleta paralímpica de natação, foram alguns dos intervenientes no colóquio.

A iniciativa resultou de uma parceria entre o Instituto Português do Desporto e Juventude/Plano Nacional de Ética no Desporto, o Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa (UCP), e o Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano.

«O moderno campo desportivo foi sempre portador de alguns dos principais valores das sociedades. No século XIX, conheceu-se uma particular aliança entre desporto e moral: a performance desportiva foi pensada como uma via de musculação moral do indivíduo. Alguns desportos continuam, hoje, a ser um importante suporte simbólico da experiência coletiva – quando outros suportes conhecem uma ampla erosão», assinalava o texto de apresentação.

O alto rendimento tornou-se «metáfora da superação de si e lugar de sacralização de quase ilimitados recursos tecnocientíficos», enquanto que «no quotidiano dos cidadãos a nova moral passa pela ascese desportiva, em ordem ao bem-estar», pelo que o desporto constitui «um dos mais importantes laboratórios» da contemporaneidade.

A primeira conferência do colóquio, "Ética do silêncio - Aventura interior num mundo frenético", foi proferida pelo escritor e ensaísta espanhol Pablo d'Ors, consultor do Conselho Pontifício da Cultura.

O primeiro painel debateu o tema "O que é um corpo? Fenomenologia e sentido do corpo atlético", com Teresa Lacerda, Manuel Sérgio e António Martins, investigadores, respetivamente, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, e Faculdade de Teologia da UCP.

"Vivências desportivas", título da segunda mesa redonda, juntou Leila Marques, Jorge Pina, atleta paralímpico de atletismo, e Nuno Delgado, ex-atleta olímpico e treinador de judo, enquanto Lluis Duch, da Universidade Autónoma de Barcelona, falou sobre "Sacralidades desportivas, símbolos, mitos e rituais".

"Desporto, ascese e transcendência", núcleo do colóquio, constituiu o tema do terceiro painel, que congregou o escritor Gonçalo M. Tavares, professor na Faculdade de Motricidade Humana e Alfredo Teixeira.

"Vender e perder o jogo e... a vida" contou com as intervenções de José Couceiro, Alexandre Palma, da Faculdade de Teologia, e Michel Renaud, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Os painéis foram moderados por jornalistas de órgãos de informação de referência.

Entre as múltiplas expressões que têm manifestado a atenção da Igreja ao desporto inclui-se a criação recente de um departamento específico no Vaticano, na esfera do Conselho Pontifício da Cultura.

Encorajar a prática desportiva como recurso educativo e ferramenta para o desenvolvimento cultural, estabelecer relações entre a Santa Sé e instituições internacionais e associações católicas desportivas, facilitar o diálogo com personalidades e organizações dedicadas ao desporto, e realizar encontros bilaterais são alguns dos propósitos do organismo.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 25.02.2016

 

 

 
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O alto rendimento tornou-se «metáfora da superação de si e lugar de sacralização de quase ilimitados recursos tecnocientíficos», enquanto que «no quotidiano dos cidadãos a nova moral passa pela ascese desportiva, em ordem ao bem-estar», pelo que o desporto constitui «um dos mais importantes laboratórios» da contemporaneidade
Encorajar a prática desportiva como recurso educativo e ferramenta para o desenvolvimento cultural, facilitar o diálogo com personalidades e organizações dedicadas ao desporto, e realizar encontros bilaterais são alguns dos propósitos do organismo dedicado ao desporto criado no âmbito do Conselho Pontifício da Cultura
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