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O bispo D. Carlos Azevedo e o P. José Tolentino Mendonça, respetivamente delegado e consultor do Conselho Pontifício da Cultura, estão entre os participantes na assembleia plenária deste organismo do Vaticano, que até sábado fala sobre “O futuro da humanidade: novos desafios à antropologia”.
«As mudanças mais profundas» ocorridas nos últimos tempos «não têm a ver com este ou aquele aspeto da sociedade, estando antes em jogo questões antropológicas fundamentais, e o próprio ser humano. A Igreja, para anunciar o Evangelho ao homem de hoje e apresentar uma proposta cultural compreensível e credível, não pode dispensar-se de entrar neste debate», sublinha o texto de lançamento da assembleia.
Os trabalhos, que decorrem em Roma, iniciaram-se quarta-feira com a intervenção do presidente do Conselho Pontifício, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, seguindo-se o visionamento de um documentário, comentado por um economista, uma psiquiatra, uma investigadora científica e uma especialista em inteligência artificial.
“O mapa do território. Modelos antropológicos fundamentais” e “Redesenhar a natureza humana” são as questões em agenda para hoje, durante as mesas redondas da manhã e da tarde, que contam com peritos em ética, filosofia, teologia, genética molecular, bioética e fertilidade.
Os debates para sexta-feira ocupam-se dos temas “O homem, entre cérebro e alma” e “Na sociedade das máquinas pensantes”, com a participação de especialistas em neurociências, filosofia do conhecimento e psicologia, bem como de responsáveis de empresas ligadas à inteligência artificial.
Na manhã do último dia os participantes serão recebidos em audiência pelo papa Francisco, no Vaticano, naquele que será o último ato da assembleia plenária, que antes se ocupou em sondar os temas possíveis para o próximo encontro.
Os temas em discussão, «que até há pouco tempo pareciam coisa de novelas de longas-metragens de ficção científica, e que se converteram agora em realidade, constituem igualmente desafios para a teologia e a pastoral da Igreja», lê-se no documento de enquadramento.
«Como responsáveis de comunidades religiosas queremos realizar um esforço de imaginação para compreender como poderia ser o mundo do futuro e como dar respostas às questões profundas dos homens que viveriam nesse mundo e que em certo sentido já nele vivemos», aponta o texto.