«Tivemos a felicidade de o padre Valério ser um amigo e isso ajudou-nos muito. A perceber que Deus está nesta luta connosco, que a minha missão é fazer caminho com o meu filho. Na vida, há “turning points”. E num caso destes é algo visceral, percorre-nos em todas as dimensões.»
É o testemunho de Ana Costa sobre o P. António Valério, publicado na edição de hoje da revista “Notícias Magazine”, no artigo, tema de capa, “Quando a confiança é o fio que nos agarra à vida”, assinado pela jornalista Catarina Silva, relato de três uniões «que dão oxigénio à vida».
Dias após o nascimento da filha mais nova, Ana Costa e o marido descobriram que o filho mais novo, Tomás, de sete anos, tinha um neuroblastoma. O cancro agressivo e invasivo questionou, na vida dos pais, «as crenças, as fragilidades, as forças», e intensificou a relação com o sacerdote jesuíta: «O Valério foi uma luz no meio do Inferno».
São 6h45 de um domingo: a mãe prepara-se para arrancar com Tomás rumo a Barcelona, onde decorrem os tratamentos. «O padre Valério está lá, Para abençoar a viagem e abraçar, com a distância pelo meio, uma Ana que não se rende à desesperança», narra a jornalista.
Conheceram-se há quase 20 anos, no coro da basílica dos Congregados, em Braga. Ana foi depois animadora no Centro Académico de Braga, que estimula a fé de universitários a partir do carisma do fundador dos Jesuítas, Santo Inácio de Loyola.
É uma espiritualidade que torna a Igreja «mais próxima, que não é tão desfasada dos desafios atuais», observa Ana, que esteve na ordenação sacerdotal do P. Valério, enquanto ele a acompanhou na preparação para o casamento e batizou o Tomás.
O P. Valério ajudou a divulgar a campanha de angariação de fundos para o filho ser tratado por um médico considerado um dos maiores especialistas mundiais em neuroblastomas, além de dinamizar uma oração, entre amigos, às quartas-feiras.
O religioso, assinala a jornalista, «não se faz um padre de púlpito, fechado na igreja, de reverência», e também por isso Ana diz que ele «tem o coração no lugar certo» e «abraça o pior lado de cada um sem julgamentos».