O CRC - Centro de Reflexão Cristã, em Lisboa, inaugura esta quarta-feira a edição de 2016 das "Conferências de Maio", dedicada ao tema "Misericórdia e diálogos - Chamados à coragem".
«As "Conferências de Maio" pretendem ser uma oportunidade para ler os sinais dos tempos que vivemos, marcados por aceleradas mutações sociais, culturais e políticas, por conflitos violentos e prolongados, por tragédias humanitárias, que não nos podem deixar indiferentes nem resignados», sublinha o CRC em texto enviado ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
«Convidámos personalidades que respeitamos, cristãos, não cristãos, crentes de outras religiões, ou não crentes, porque pensamos que a escuta e o diálogo são uma exigência para vermos com clareza e lucidez os desafios com que estamos confrontados, porque acreditamos que todos somos necessários para assegurar refúgio, hospitalidade e justiça a quem a procura», acrescenta a nota.
O CRC acredita «na bondade e ternura de Deus, por todos e cada um dos seres humanos», pelo que é necessário «reagir a uma cultura de indiferença, de exclusão e de violência, de contribuir para uma cultura de inclusão de proximidade, de diálogo olhos nos olhos».
«Perante tanto sofrimento evitável ou ultrapassável, perante tanto desespero, e ausência de esperança no futuro, somos chamados à coragem de dizer não ao intolerável, de contribuir com todos e todas para a construção concreta da esperança, de perceber as múltiplas dimensões da misericórdia», sublinha o CRC, que em 2015 assinalou 40 anos de existência.
Os cristãos, acentua o texto, «não podem esquecer o que este ano o Papa Francisco recorda: “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai…a misericórdia tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré”».
Os encontros, sempre com entrada livre, iniciam-se no dia 4 com Alfredo Bruto da Costa, frei José Nunes, o.p. e Maria Carlos Ramos, que falarão sobre os "Novos sinais dos tempos - O desafio da misericórdia".
"Povo a caminho - Refúgio, hospitalidade e justiça" reúne, a 11 de maio, José Magalhães, Rui Marques e Susana Ramos.
Joana Lopes Martins, Maria Julieta Mendes Pinto e Pedro Vaz Patto apresentam, no dia 18, as suas perspetivas sobre os "Diálogos contra a indiferença, e exclusão e a violência".
A iniciativa, que decorre no Centro Nacional de Cultura (Largo do Picadeiro, 10), com início marcado para as 18h30, termina a 25 de maio com Abdool Karim Vakil, Guilherme d'Oliveira Martins e Helena Valentim, que debatem o tema "Chamados à coragem - Dialogar olhos nos olhos".
Rui Jorge Martins