O arcebispo da arquidiocese alemã Munique-Freising, cardeal Reinhard Marx, apoiou com 50 mil euros a organização não-governamental Lifeline, para que possa lançar nova missão de salvamento de migrantes que tentam atravessar o mar Mediterrâneo a partir da Líbia.
«Agradeço o generoso apoio do Arcebispo de Munique-Freising para a próxima missão! Muito obrigado cardeal Marx!», escreveu esta segunda-feira no Twitter o capitão Claus-Peter Reisch, alemão, tal como o projeto Lifeline.
Ich bedanke mich für die überaus großzügige Unterstützung durch das Erzbistum München-Freising für die nächste Mission! Vielen Dank Herr Kardinal Marx!
— Claus-Peter Reisch (@ClausReisch) 8 de outubro de 2018
O financiamento foi obtido a partir dos fundos que a Igreja católica coloca à disposição do prelado, que também é presidente da Conferência Episcopal da Alemanha.
A porta-voz de um dos grupos parlamentares alemães, AfD, qualificou hoje de «inaceitável» a atitude do cardeal ao apoiar o projeto «com financiamento do imposto eclesiástico, porque o trabalho da Lifeline é apenas aparentemente cristão».
Depois de encostar a Lifeline ao conjunto de «organizações duvidosas» que fazem o trabalho dos traficantes de pessoas, a responsável frisou que não há qualquer circunstância que justifique o apoio da Igreja católica a uma «aparente atividade humanitária».
A Lifeline terá proposto que o seu navio navegasse com pavilhão da Santa Sé, o que o Vaticano rejeitou por não ter qualquer relação com a embarcação.
O capitão Claus-Peter Reisch está a enfrentar um processo judicial em Malta desde o começo de julho, sob a acusação de não ter registado corretamente o navio de resgate, aguardando o julgamento em liberdade, sob fiança.
O navio Lifeline esteve vários dias parado no Mediterrâneo, no final de junho, sem condições para acolher as mais de 230 pessoas que resgatou, sem que se soubesse onde poderia atracar.
O ministro português da Administração Interna, Eduardo Cabrita, declarou na ocasião que Portugal receberia «cerca de 30» refugiados. O barco acabou por ser recebido em Malta, com o compromisso de que os emigrantes seriam encaminhados para os oito países que os aceitaram acolher.