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Música

Bruce Springsteen entre o rock e a Bíblia, diz jornal do Vaticano

O cantor norte-americano Bruce Springsteen, que no domingo deu um concerto em Lisboa para mais de 80 mil pessoas, pegou no mapa para voltar a uma casa feita de rock e Bíblia, diz a edição mais recente do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano.

Com o seu «novo, forte, intenso e sólido álbum», Wrecking Ball, o “Boss” «fez novamente enamorar de si os milhões de fãs espalhados pelo mundo» e «acrescentou uma nova página à sua narrativa, pessoal mas capaz de colher o universal, da América», refere o artigo assinado por Andrea Monda.

O texto intitulado “O mapa para voltar a casa – Bruce Springsteen entre rock e Bíblia”, sublinha que o cantor de 62 anos «regressou às raízes, as raízes que tinha atingido, em alguns casos explicitamente», como quando em 2006 gravou o álbum We shall overcome. The Seeger sessions, um disco de covers (versões de músicas de outros intérpretes), «entre o folk e o gospel».

«Há muito do som de Seeger sessions (com um toque da sonoridade de Ennio Morricone) também neste novo álbum que inicia, logo na primeira música [We take care of our ow], com o verso programático “Ando à procura do mapa que me leve a casa”.

Andrea Monda sustenta que Springsteen retrata a América com «imagens muito ásperas, de sabor veterotestamentário [Antigo Testamento], um verdadeiro grito de raiva, digno do profeta Amós, que se insurge contra quem levou a morte à sua cidade (Death to my hometown é um dos trechos mais duros do álbum)».

 

O artigo chama também a atenção para uma passagem da canção Jack of all trades: «O banqueiro engorda, o trabalhador emagrece/ tudo isto aconteceu antes e de novo acontecerá», que no entanto termina com o «vislumbre da esperança»: «Aqui suportámos a seca, agora suportaremos o dilúvio».

«O facto é que Springsteen manteve sempre um diálogo à distância com o texto bíblico, revisitando-o continuamente no seu repertório», desde a música de abertura do seu primeiro álbum, lançado em 1973, em que se declarava, com um evidente eco paulino, Blinded by the light (cego pela luz), recorda o artigo.

«Todas as parábolas» de Springsteen «são marcadas por um caminho de conversão, de queda e redenção, de pecado e renascimento», num caminho que oscila entre as badlands e a promise land, percorrendo os umbrais entre «luz e obscuridade», entre «perda e regresso a casa».

 

O «saudável folk-rock» do álbum Wrecking Ball «traz consigo uma pergunta do sentido que com a energia dos seus shows ao vivo é oferecida ao público».

O artigo cita uma passagem do livro Springsteen. Spare Parts. Testi commentati 1973-2012, de Ermanno Labianca: «As canções mais importantes» do Boss são as que «ajudaram quem as ouve a encontrar uma estrada» composta de respostas que sempre incluem uma interrogação.

Também a Bíblia, conclui Andrea Monda, «não é o livro das respostas mas é um chamamento, uma convocação, muitas vezes sob a forma do enigma e da pro-vocação».

 

Imagem

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 07.06.12

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Bruce Springsteen em Lisboa
Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

 

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