Eleições autáquicas
Bispos pedem «honestidade» aos candidatos e lembram que cristãos não devem «lavar as mãos» da política
O Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa divulgou esta terça-feira um comunicado sobre as eleições autárquicas de 29 de setembro, em que apela à retidão dos candidatos e pede aos eleitores para não se absterem.
«Mais do que fazer prevalecer uma determinada cor política e partidária, está em jogo a capacidade dos candidatos servirem com honestidade e competência o povo da sua zona», refere a nota distribuída no final da reunião do Conselho, realizada em Fátima.
O documento sublinha que «a abstenção acaba sempre no beco sem saída da desistência de contribuir para melhorar a vida da comunidade», e lembra as palavras que o papa pronunciou quanto ao envolvimento dos fiéis na política.
«Envolver-se na política é uma obrigação dos cristãos. Nós, os cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, dado que busca o bem comum… Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão», afirmou Francisco.
O episcopado apela «ao cumprimento do direito e dever de participar na vida democrática» de Portugal, «votando naqueles que em consciência cada um julgar serem os mais aptos para servir o povo nos respetivos municípios e freguesias».
O Conselho Permanente é presidido por D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal, e é composto por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima (vice-presidente), D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, D. Gilberto Reis, bispo de Setúbal, D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, D. António Couto, bispo de Lamego, e padre Manuel Morujão (secretário).
Comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
«Aproximam-se as eleições autárquicas convocadas para o dia 29 de setembro. A Igreja encara as eleições autárquicas como um momento importante para colaborar no indispensável serviço às populações locais. Mais do que fazer prevalecer uma determinada cor política e partidária, está em jogo a capacidade dos candidatos servirem com honestidade e competência o povo da sua zona.
O Papa Francisco com vigor exorta os cristãos a intervir no campo da política, contribuindo para a construção do bem comum: «Envolver-se na política é uma obrigação dos cristãos. Nós, os cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas da caridade, dado que busca o bem comum… Trabalhar pelo bem comum é um dever do cristão».
Compete aos profissionais da política consolidar o sistema democrático, pela sua honestidade, competência e espírito de serviço. A todo o cidadão pertence oferecer a sua ativa colaboração, especialmente quando é convocado para votar. A abstenção acaba sempre no beco sem saída da desistência de contribuir para melhorar a vida da comunidade.
Apelamos ao cumprimento do direito e dever de participar na vida democrática do nosso País, votando naqueles que em consciência cada um julgar serem os mais aptos para servir o povo nos respetivos municípios e freguesias.»
Rui Jorge Martins
© SNPC |
10.09.13








