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Biblioteca do Vaticano recolhe fundos para digitalização e oferece reproduções «fiéis» de manuscrito com 1600 anos

Imagem Biblioteca Apostólica Vaticana

Biblioteca do Vaticano recolhe fundos para digitalização e oferece reproduções «fiéis» de manuscrito com 1600 anos

A Biblioteca Apostólica do Vaticano lançou uma parceria com duas empresas japonesas no âmbito de um projeto de financiamento coletivo com vista à digitalização de manuscritos da instituição.

A parceria envolve a Ntt Data, empresa de serviços tecnológicos, e a Canon, marca de equipamentos fotográficos e eletrónicos, ambas nipónicas, bem como a organização sem fins lucrativos Digita Vaticana, anuncia hoje a página Business Wire.

O objetivo do acordo, anunciado hoje, é de oferecer «reproduções fiéis» do fólio 22 do "Virgilio Vaticano", manuscrito raro de há 1600 anos, às primeiras 200 pessoas ou organizações que efetuem um donativo igual ou superior a 500 euros que reverta para a digitalização de manuscritos.

Remontando a 400 d.C. o "Virgilio Vaticano", contém fragmentos da "Eneida" e das "Geórgicas" de Virgílio, poeta romano do séc. I a.C., com 76 páginas e 50 ilustrações. Na origem, é provável que abarcasse todas as obras canónicas do autor.

O fólio 22, objeto da reprodução, contém uma ilustração da "Eneida", em que Creúsa procura deter o marido, Eneias, da batalha.

Os donativos podem ser efetuados através da Digita Vaticana, organismo que recolhe fundos para a digitalização da Biblioteca do Vaticano. A associação enviará as reproduções aos subscritores a partir de setembro.

A empresa Ntt Data colabora com a digitalização da Biblioteca Apostólica desde abril de 2014, visando conservar cerca de três mil manuscritos antigos até 2018 e torná-los disponíveis a investigadores e outros utilizadores em todo o mundo.

«Estamos honrados por colocar a nossa tecnologia à disposição da Biblioteca Apostólica do Vaticano para a ajudar a preservar e a transmitir às gerações futuras este insubstituível património cultural», declarou o presidente da Ntt Data, Toshio Iwamoto.

O prefeito da biblioteca, monsenhor Cesare Pasini, sublinhou que a instituição «é um importante centro da cultura global da humanidade», e acrescentou: «Estamos muito satisfeitos com o processo de arquivo digital, que tornará estes maravilhosos manuscritos acessíveis a todo o mundo, reforçando um profundo espírito de partilha para um património universal que pertence a todo o género humano».

O presidente da Digita Vaticana, Maite Bulgari, frisou que cada doação contribuirá para «preservar os inestimáveis manuscritos da Biblioteca Apostólica Vaticana».

A reprodução «permitirá às pessoas compreender como a digitalização e as novas tecnologias têm a capacidade de capturar o aspeto real e a essência de uma página de um antigo manuscrito de há 1600 anos», assinalou.

O presidente da Canon explicou que o processo para a criação das reproduções «emprega várias câmaras fotográficas digitais» da marca, a par de «uma tecnologia de elaboração das imagens» que facilita o processo de digitalização e que contribui «para o desenvolvimento da cultura e das artes».

A Biblioteca Apostólica do Vaticano, que remonta ao séc. XV, pretende arquivar digitalmente todos os 82 mil manuscritos que conserva, num total de cerca de 41 milhões de páginas. Os documentos já digitalizados estão acessíveis na página "digi.vatlib.it/".

Além dos manuscritos, a biblioteca possui cem mil unidades arquivísticas, 1,6 milhões de livros, 400 mil moedas, 100 mil selos, esboços e moldes, e 150 mil fotografias.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 08.07.2016

 

 

 
Imagem Biblioteca Apostólica Vaticana
O prefeito da biblioteca sublinhou que a instituição «é um importante centro da cultura global da humanidade», e acrescentou: «Estamos muito satisfeitos com o processo de arquivo digital, que tornará estes maravilhosos manuscritos acessíveis a todo o mundo, reforçando um profundo espírito de partilha para um património universal que pertence a todo o género humano»
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