"A Bíblia medieval - do Românico ao Gótico (sécs. XII – XIII): textos e imagens, produção e usos" é o tema do colóquio internacional que a Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, acolhe a 3 e 4 de novembro.
«Tendo por base o estudo das Bíblias portáteis do século XIII», a iniciativa «pretende fomentar a reflexão e discussão» sobre aqueles manuscritos, de modo a «conhecer melhor o contexto histórico-cultural em que surgiram», explica a página do organismo.
A produção artística, a sua importância social e religiosa e o conhecimento dos novos contextos de leitura e modos de difusão e receção dos textos, assim como da reflexão teológica, constituem algumas das questões em debate.
«Parte da nossa herança cultural, estes códices são testemunhos eloquentes da história social e intelectual da Idade Média europeia e elementos relevantes para o reconhecimento identitário das instituições que os acolheram e personalidades que promoveram a sua produção e circulação», sublinha o texto de apresentação.
Os organizadores, entre os quais o Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica, o Centro de Estudos de Religiões e Culturas da mesma instituição e o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja contam «com a participação de investigadores nacionais e estrangeiros de distintos domínios do saber»-
O colóquio assume-se como «um valioso contributo para o aprofundamento e difusão daquela tipologia de manuscritos e será, igualmente, uma oportunidade para divulgar a investigação desenvolvida em Portugal, nomeadamente no domínio da iluminura medieval».
"A Bíblia, um livro sempre por ler", por José Tolentino de Mendonça, "Bíblia e universos bíblicos – percursos de identidade" (António Matos Ferreira) e "O sagrado portátil – perspetivas antropológicas" (Alfredo Teixeira) são algumas das intervenções previstas no programa.
A agenda inclui, antes da sessão de encerramento, a apresentação do catálogo das Bíblias portáteis, designado por "Sacra Pagina - Textos e imagens das Bíblias portáteis do século XIII pertencentes às colecções portuguesas", por José Mattoso.
Rui Jorge Martins