O papa Francisco recebeu esta segunda-feira, no Vaticano, responsáveis da Aliança Bíblica Universal para a apresentação da tradução italiana da Bíblia Interconfessional em Língua Corrente, tendo frisado em que a palavra da Escritura deve fazer-se entender por todos.
Recordando a sua experiência em Buenos Aires, Francisco afirmou que «a tradução preparada por evangélicos e católicos da Bíblia em língua corrente argentina fez e faz muito bem», refere a Sala de Imprensa da Santa Sé.
«É uma boa ideia, porque as pessoas simples podem compreendê-la, porque é uma linguagem verdadeira, própria, mas próxima das pessoas», disse o papa.
Francisco lembrou que nas missões que realizavam nas paróquias da capital argentina iam «sempre à Sociedade Bíblica» para comprar a tradução similar à que foi agora lançada em Itália.
«Entregávamos a Bíblia às pessoas e as pessoas compreendiam-na. Compreendiam-na! Foi um belo esforço, e agrada-me que agora esteja disponível em italiano, porque assim as pessoas podem compreender narrativas e expressões que, se traduzidas literalmente, não se podem compreender.
Para o papa, «a preparação de uma versão interconfessional é um esforço particularmente significativo, se se pensa em como as discussões em torno da Escritura influenciaram as divisões, especialmente no Ocidente.
«Este projeto interconfessional, que vos deu a possibilidade de empreender um caminho comum durante algumas décadas, permitiu-vos confiar o coração aos outros companheiros de estrada, superando suspeitas e desconfianças, com a confiança que emerge do amor comum pela Palavra de Deus», acrescentou.
Francisco expressou o desejo de que «todos os cristãos possam aprender “a sublime ciência de Jesus Cristo” através da leitura assídua da Palavra de Deus, porque o texto sagrado é o alimento da alma e a fonte pura e perene da vida espiritual».
«Devemos por isso realizar todo o esforço para que cada fiel leia a Palavra de Deus, porque “a ignorância das Escrituras, com efeito, é ignorância de Cristo”, como diz S. Jerónimo», tradutor e comentarista da Bíblia evocado pela Igreja a 30 de setembro», concluiu o papa.
Rui Jorge Martins