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"Autocarro da Misericórdia": A Igreja ao encontro das pessoas

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"Autocarro da Misericórdia": A Igreja ao encontro das pessoas

A diocese inglesa de Salford alugou um autocarro de dois pisos que serve de espaço para padres ouvirem e concederem o sacramento da Reconciliação especialmente a pessoas que deixaram de ir à igreja.

A cada sábado da Quaresma o veículo para numa área movimentada de Manchester ou de uma das cidades circundantes, enquanto voluntários se dirigem aos transeuntes oferecendo-lhes medalhas abençoadas pelo papa Francisco.

Se a resposta das pessoas é positiva, são convidadas a entrar no autocarro, onde podem falar com um padre, receber uma bênção e, se o desejarem, confessar-se. Dois sacerdotes estão dispostos na dianteira e traseira do andar superior, e outro está na parte de trás do piso inferior. Os visitantes podem também solicitar informação sobre a fé católica e horários das missas.

O padre Frankie Mulgrew, que colaborou na criação do projeto, afirmou que o interesse do público «superou as expectativas». Nas duas primeiras semanas, mais de 400 pessoas passaram pelo veículo. Há um «número significativo» de católicos afastados que receberam o sacramento da Reconciliação, alguns dos quais não iam à igreja «há décadas».

«Estamos a encontrar as pessoas onde elas estão, estamos estacionados ao lado das suas vidas», sublinhou Mulgrew, de 38 anos, um antigo comediante de "stand-up" que voltou as costas à carreira numa televisão para crianças a fim de ser ordenado padre, depois ter experimentado a misericórdia de Deus na Confissão.

«Nós dizemos: "Se tem algum peso, venha ao autocarro e liberte-se dele. Se neste momento está a passar por alguma situação difícil - discussões familiares, problemas financeiros, uma relação em rotura -, entre no autocarro e experimente a misericórdia de Deus», acrescentou.

«Estamos a tentar religar as pessoas à fé e oferecer um espaço de acolhimento para elas, e aceitação, e um espaço onde elas vão encontrar a misericórdia de Deus de forma tangível nas suas vidas», prosseguiu o sacerdote.

A iniciativa, explicou o padre Mulgrew, foi inspirada pela vida de Jesus «nos cumes das montanhas, nos mercados e nas mesas de refeição», assim como pelas missas ao ar livre celebradas nos bairros degradados de Buenos Aires pelo cardeal Jorge Bergoglio antes de se tornar o papa Francisco.

Inicialmente o plano era usar o autocarro, cujo valor diário de aluguer ronda os 300 euros, aos sábados, durante a Quaresma, mas o sucesso do projeto levou responsáveis da diocese a afirmar que ponderam continuar a experiência até ao fim do Ano da Misericórdia, em novembro.

A frente do veículo apresenta o logótipo diocesano do Ano da Misericórdia, com o destino designado por "#nextstopmercy" (próxima paragem misericórdia). Nos lados, o autocarro mostra imagens do papa Francisco, que recebeu a ideia com um sorriso, e de padres durante o sacramento da Reconciliação.

O bispo diocesano, John Arnold, declarou, antes do lançamento do projeto, que «o Autocarro da Misericórdia é uma forma de chegar a pessoas que, de outra forma, poderiam não ter contacto com a Igreja»: «Nós vamos ter com elas, mais do que esperar que venham ter connosco».

O veículo é acompanhado por voluntários, 40 no total, e uma banda de música que tocam ao vivo para chamar a atenção das pessoas.

«As pessoas saem do autocarro a sorrir e a expressar agradecimentos sinceros», relatou uma voluntária. «É o que a Igreja deve fazer»; «é uma alegria fazer parte disso. Estou a adorar», acrescentou.

 

Simon Caldwell
In "CNS"
Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 23.02.2016 | Atualizado em 29.04.2023

 

 
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A iniciativa foi inspirada pela vida de Jesus «nos cumes das montanhas, nos mercados e nas mesas de refeição», assim como pelas missas ao ar livre celebradas nos bairros degradados de Buenos Aires pelo cardeal Jorge Bergoglio antes de se tornar o papa Francisco
O bispo diocesano declarou, antes do lançamento do projeto, que «o Autocarro da Misericórdia é uma forma de chegar a pessoas que, de outra forma, poderiam não ter contacto com a Igreja»: «Nós vamos ter com elas, mais do que esperar que venham ter connosco»
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