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Anda à procura da "alma gémea"? Vá ter com Santo António

Não encontras marido ou mulher? Reza a Santo António. A tradição é conhecida nos lugares antonianos, e ainda mais em Portugal (recorda-se, por exemplo, os “casamentos de Santo António”, na sé de Lisboa) e na América Latina. O papa Francisco recordou-o em novembro de 2017, num encontro com estudantes de Pádua, cidade italiana onde o santo português nascido em Lisboa morreu: «Na Argentina venera-se muito Santo António, é o padroeiro das jovens que procuram um noivo».

O santo dos milagres é invocado por muitas razões, pela saúde, doença, trabalho, para encontrar as coisas perdidas, e também marido ou mulher. São inumeráveis os episódios que se contam em torno a esta devoção.

Os frades da basílica antoniana de Pádua lançam este sábado a segunda edição da iniciativa “Santo António casamenteiro”. O número de inscrições superou as expetativas, de tal maneira que os religiosos foram obrigados a encontrar um espaço mais amplo.

Às pessoas entre os 20 e os 50 anos é proposta uma tarde de reflexão, encontro e festa, começando pelo testemunho de um grupo de solteiros que começaram a reunir-se para se conhecerem e estabelecerem laços de amizade e partilha, prosseguindo com a missa na basílica, a oração e a conclusão, com a festa “Love is all around”.



No outono de 1219 ocorre também outro encontro, que mudou a vida de um jovem sacerdote. Em Portugal, em Coimbra, o monge agostiniano Fernando encontrava cinco frades que estavam a caminho de Marrocos, enviados por Francisco de Assis. No mês de janeiro seguinte, os restos desses missionários franciscanos, mortos em África, são levados para a igreja de Santa Cruz, em Coimbra, precisamente onde se encontrava Fernando: é a centelha da vocação franciscana



«Como frades, refletimos sobre uma situação que envolve cada vez mais pessoas que ainda não encontraram o seu caminho na vida, quer seja afetivo, pessoal ou laboral. Pessoas que não têm uma gratificação ou um rumo vocacional adequado, que não significa necessariamente espiritual», comentou o reitor do santuário de Santo António, em Pádua.

Para o P. Oliviero Svanera, trata-se de «pessoas que procuram dar um sentido à sua vida, e que muitas vezes carregam às costas um grande sofrimento, ainda que não se expresse explicitamente». «A nossa iniciativa quer ser uma oportunidade de oração, reflexão e encontro, confiando-se à intercessão de Santo António», concluiu.

O projeto enquadra-se nas atividades da 13.ª edição do “Junho Antoniano”, que decorre até 28 de junho, em Pádua, inspirado nos 800 anos de dois acontecimentos, sendo o mais notório o encontro entre S. Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kamil, em plena quinta guerra Cruzada.

«Mas no outono de 1219 ocorre também outro encontro, que mudou a vida de um jovem sacerdote. Em Portugal, em Coimbra, o monge agostiniano Fernando encontrava cinco frades que estavam a caminho de Marrocos, enviados por Francisco de Assis. No mês de janeiro seguinte, os restos desses missionários franciscanos, mortos em África, são levados para a igreja de Santa Cruz, em Coimbra, precisamente onde se encontrava Fernando: é a centelha da vocação franciscana daquele que se tornará conhecido em todo o mundo com o nome de Santo António», refere a página Sant’Antonio di Padova.

O encontro com o outro, com a diferença, num clima de diálogo de conhecimento recíproco, não só inter-religioso, como sobretudo intercultural, marca o programa de atividades, que além de momentos espirituais e celebrações religiosas, inclui debates entre católicos e muçulmanos, concertos, exposições, exibições cinematográficas, visitas guiadas a espaços antonianos da cidade e uma prova de atletismo.


 

Rui Jorge Martins
Fontes: Avvenire, Sant'Antonio di Padova
Imagem: D.R.
Publicado em 21.06.2019

 

 
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