«A pessoa de Cristo é a minha maneira de entender Deus»,diz Bono Vox, vocalista dos U2
Bono Vox, nome artístico de Paul David Hewson (n. 1960), vocalista dos U2, uma das mais importantes bandas de música rock das últimas décadas, considera que a pergunta fundamental para um cristão é «quem é Cristo?».
«Não creio que a questão se possa arrumar dizendo "um pensador", um "grande filósofo". Ele afirmou ser o Messias, o Filho de Deus, e por esse motivo foi crucificado. Do meu ponto de vista, ou era o Filho de Deus ou era um louco», afirmou em entrevista à televisão pública irlandesa, revela o site "Vatican Insider".
«Acho difícil imaginar que milhões de pessoas desde há dois mil anos tenham sido tocadas por aquela presença, tenham mudado a própria vida por terem sido inspiradas por um louco. Não, não o creio», sublinhou o cantor irlandês que também é conhecido pelo empenho em causas sociais.
Bono Vox (aliteração de "Bona Vox", "boa voz"), declarou que a Bíblia está cheia de «poesia e de factos históricos» e explicou a sua relação com Jesus: «A pessoa de Cristo é a minha maneira de entender Deus».
«Rezamos com os nossos filhos, lemos a Escritura, às vezes vamos todos juntos à missa, ao domingo. Rezamos habitualmente pelas pessoas que conhecemos, sobretudo por aquelas que combatem contra alguma coisa, uma doença», assinalou.
Paul Hewson acredita realmente que Jesus é Deus e que ressuscitou dos mortos?, questionou o jornalista. «Sim», respondeu.
A relação entre a Bíblia e os poemas da banda foi descrita na obra "U2, The Name of Love", do crítico musical Andrea Morandi (Arcana, 2009, 664 pág.), que analisa todos os poemas de Bono, desde o primeiro álbum ("Boy", 1980) até "No Line On the Horizon", de 2009.
Para Morandi, os U2 percorreram um itinerário circular: o intimismo e a religiosidade dos primeiros discos deu lugar a "Zooropa", onde Bono «confessa ter perdido bússola e mapa, razão e religião, limites e confins»; na faixa "The First Time", o vocalista refletia sobre a perda da fé a partir da parábola do filho pródigo.
Em "No Line on The Horizon", 12.º segundo álbum de originais, reencontra-se a luz e a esperança dos inícios, em particular na canção "Magnificent" (que evoca "Magnificat"), um louvor a Deus e um «hino definitivo ao amor», como refere o crítico. E em "Unknown Caller", o desconhecido que chama é o Deus que salva.
Vatican Insider, Filipe d'Avillez
Trad./redação: SNPC/rjm
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15.04.14
Bono Vox
Foto: D.R.