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Nós pensamos que estamos em agonia. Que o nosso mundo está a morrer, que nós próprios estamos condenados, a termo, à extinção, que tudo, no fundo, passará; que tudo é um espaço em que teremos experimentado entusiasmo, paixão e alegria, mas está destinado apenas a ser sepultado.
O Natal, ao contrário, introduz na história o inédito de Deus, leva-nos para um nível novo. Este Menino Jesus é o símbolo do nascer. Esta boa notícia origina uma mudança que não diz respeito apenas à forma ou ao ornamento, mas modifica radicalmente o fundo das coisas.
Mostra-nos, com efeito, que não somos as testemunhas de uma agonia, mas de um parto. E de um parto que não é só daquele Menino, mas que é o nosso próprio nascimento, o nascimento do mundo. O Natal torna-nos cúmplices do nascimento, da fé no nascer.
Ele pede-nos para acreditarmos na potencialidade que a vida frágil possui, a vida nua, a vida na sua condição mais reduzida. Desafia-nos a dar valor ao que apenas nasce: ao rebento e não só à flor, à aurora e não só ao meio-dia, ao que mal é esboçado, ao que é fragilíssimo…
Este investimento de confiança na vida frágil é uma alavanca para a nossa transformação e para a transformação do mundo. O Natal deve impregnar-nos do perfume da vida recém-nascida.