Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura

“A construção de Jesus”, de José Tolentino Mendonça, lançado em Itália

Imagem Capa (det.) | D.R.

“A construção de Jesus”, de José Tolentino Mendonça, lançado em Itália

José Tolentino Mendonça participou, este domingo, no último dia do Festival Bíblico que decorre desde 19 de maio em Vicenza e outras cidades italianas, tendo como base da sua intervenção o livro “A construção de Jesus – A surpresa de um retrato”.

A obra, lançada originalmente em Portugal no ano de 2015 pela Paulinas Editora, e que em Itália tem por título “Gesù – La sorpresa di un ritratto” (San Paolo Edizioni), explora o episódio da mulher pecadora que lavou, enxugou, beijou e perfumou os pés de Jesus, quando este estava, à mesa da refeição, em casa de um fariseu (Lucas 7, 36-50).

“A misericórdia desconcertante de Jesus” foi o tema da conversa que o padre, poeta e biblista Tolentino Mendonça teve com Alessandro Zaccuri, do jornal “Avvenire”, da Conferência Episcopal Italiana, onde é colunista.

«O segredo da arte narrativa de Lucas está naquilo que ele próprio se atribui como sua tarefa: a revelação da identidade messiânica de jesus. Mas o Evangelho de Lucas não se limita a representações definitivas sobre Jesus. Sugere sobretudo o caminho aberto e vital do encontro. Apresenta-se no percurso paciente das perguntas», referia o texto de introdução à conversa.

«E a mais desconcertante das perguntas é aquela sobre a misericórdia radical que Jesus manifesta. “Quem é este que cura?” “Quem é este que come e bebe com os pecadores?” “Quem é este que se deixa tocar pelos impuros?” “Quem é este que perdoa os pecados?” A narrativa evangélica apresenta-se como o umbral de uma história aberta, infinita, onde o presente é já inventário do nosso futuro. E nós, leitores, compreendemos que há histórias que nos são contadas para que um novo encontro aconteça», acrescenta a nota de apresentação.

Na sinopse à edição italiana do livro, refere-se que o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, que está «entre os expoentes máximos da cultura portuguesa», «relê de maneira surpreendente o episódio da pecadora».

“Justiça e paz se beijarão” foi o tema do Festival Bíblico que reuniu mais de 200 iniciativas, entre encontros, debates, exposições, meditações espirituais e visitas guiadas.

«O Festival Bíblico tem o objetivo de fazer ressoar a Escritura através de diversas linguagens, nos locais frequentados pelas pessoas. Tem a tarefa de atualizar a Escritura para a traduzir na vida quotidiana. É um laboratório cultural que se dirige a todos», lê-se na página da iniciativa.

O programa de cada edição «"traduz” a Bíblia através de performances artístico-musicais, conversas e aprofundamentos, mostras e instalações, também seguindo cânones não convencionais e procurando aproximar o homem das Escrituras», de modo a «despertar as consciências e provocar um debate marcado pelo bem comum».

A iniciativa decorre «nos locais de encontro das pessoas (praças, avenidas, igrejas, museus…), para envolver um número cada vez mais amplo de famílias, jovens, empresas, instituições, comunidades religiosas ou não, organizações culturais, e para gerar impactos socioculturais positivos na sociedade, recebendo uma tradução da mensagem bíblica aberta e atual».

«Adultos e crianças. Estudiosos e não peritos. Crentes e não crentes. Quer a descoberta da Bíblia aconteça por fé ou por curiosidade, talvez pelo gosto do belo expresso na arte sacra ou atraída pelo jogo, o importante é que o homem de hoje encontre o Livro que, apesar de mergulhar as suas raízes longe do nosso tempo, permanece todavia Palavra viva e interpeladora», sublinha a página do certame.

O Festival termina esta quarta-feira com a participação de Adolfo Maria Pèrez Esquivel, prémio Nobel da Paz em 1980.

 




 

Rui Jorge Martins
Publicado em 31.05.2016

 

 

 
Imagem Capa | D.R.
A narrativa evangélica apresenta-se como o umbral de uma história aberta, infinita, onde o presente é já inventário do nosso futuro. E nós, leitores, compreendemos que há histórias que nos são contadas para que um novo encontro aconteça
Quer a descoberta da Bíblia aconteça por fé ou por curiosidade, talvez pelo gosto do belo expresso na arte sacra ou atraída pelo jogo, o importante é que o homem de hoje encontre o Livro que, apesar de mergulhar as suas raízes longe do nosso tempo, permanece todavia Palavra viva e interpeladora
Relacionados
Destaque
Pastoral da Cultura
Vemos, ouvimos e lemos
Perspetivas
Papa Francisco
Teologia e beleza
Impressão digital
Pedras angulares
Paisagens
Umbrais
Evangelho
Vídeos