Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura

Maria é mãe que acompanha, defende e nunca se envergonha dos filhos, afirma papa

Imagem Virgem da Misericórdia (det.) | Piero della Francesca

Maria é mãe que acompanha, defende e nunca se envergonha dos filhos, afirma papa

«Num mundo que podemos chamar “órfão”, neste mundo que sofre a crise de uma grande orfandade, talvez a nossa ajuda seja dizer “olha para a tua Mãe”», afirmou hoje o papa, no Vaticano, durante a missa a que presidiu.

As palavras de Francisco, que recordou mães de filhos reclusos que conheceu enquanto estava em Buenos Aires, foram proferidas no contexto da evocação litúrgica de Nossa Senhora das Dores, que os católicos assinalam a 15 de setembro.

«Temos uma [Mãe] que nos defende, nos ensina, nos acompanha; que não se envergonha dos nossos pecados. Não se envergonha porque é Mãe», acentuou o papa, que baseou a meditação no Evangelho proclamado esta quinta-feira, refere a Rádio Vaticano.

O trecho evangélico evoca a dor da Mãe de Jesus ao conduzir o leitor até à crucificação de Jesus, abandonado por quase todos os que o seguiam, à exceção do apóstolo João e de algumas mulheres.

«Aos pés da cruz está Maria, a Mãe de Jesus; todos a olhavam, dizendo: “Aquela é a mãe deste delinquente. Aquela é a mãe deste subversivo. E Maria ouvia estas coisas. Sofria humilhações terríveis», assinalou o papa.

Não era só o povo ou os soldados que atacavam Jesus moribundo: «Também ouvia os grandes, alguns sacerdotes, que ela respeitava, porque eram sacerdotes: “Tu, que és tão corajoso, desce, desce”. Com o seu filho nu, ali. E Maria padeceu um sofrimento muito grande, mas não se foi embora. Não renegou o filho. Era a sua carne».

Francisco recordou que em Buenos Aires, quando ia visitar os reclusos, via sempre uma fila de mulheres que esperavam entrar na prisão: «Eram mães. Mas não se envergonhavam: a sua carne estava lá dentro», apesar das «humilhações» a que tinham de se submeter com as revistas feitas pelos guardas.

«Eram mães e iam ao encontro da própria carne. Assim também Maria estava ali, com o filho, com aquele sofrimento tão grande», salientou o papa.

Na cruz, Jesus dá a sua Mãe como Mãe de todos, e essa herança continua a ser partilhada pelos fiéis, como se vê pelas expressões devocionais patentes nas festas dedicadas à Virgem, quer em comunidades paroquiais, quer em santuários marianos.

«Nós, cristãos, temos uma Mãe, a mesma de Jesus, temos um Pai, o mesmo de Jesus. Não somos órfãos. E ela dá-nos à luz naquele momento [da cruz] com muita dor: é verdadeiramente um martírio», apontou.

«Com o coração trespassado, aceita dar à luz a todos nós naquele momento de dor. E desde esse momento ela torna-se a nossa Mãe, desde esse momento ela é nossa Mãe, que cuida de nós e não se envergonha de nós», acrescentou Francisco.

Os místicos russos dos primeiros séculos aconselhavam os fiéis a refugiarem-se debaixo do manto da Mãe de Deus no momento das turbulências espirituais, refúgio e fortaleza contra o «diabo», de onde derivou a primeira antífona mariana, “Sub tuum praesidium”, ou seja, «sob o teu manto, sob a tua proteção», lembrou o papa: «Aí estamos seguros».

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 15.09.2016

 

 
Imagem Virgem da Misericórdia (det.) | Piero della Francesca
Francisco recordou que em Buenos Aires, quando ia visitar os reclusos, via sempre uma fila de mulheres que esperavam entrar na prisão: «Eram mães. Mas não se envergonhavam: a sua carne estava lá dentro», apesar das «humilhações» a que tinham de se submeter com as revistas feitas pelos guardas. >«Eram mães e iam ao encontro da própria carne. Assim também Maria estava ali, com o filho, com aquele sofrimento tão grande»
Relacionados
Destaque
Pastoral da Cultura
Vemos, ouvimos e lemos
Perspetivas
Papa Francisco
Teologia e beleza
Impressão digital
Pedras angulares
Paisagens
Umbrais
Evangelho
Vídeos