O Vaticano emitiu esta quinta-feira cinco novos selos, correspondentes aos papas Paulo VI e João Paulo I, pintores venezianos, ciência e fé, o próximo sínodo sobre os jovens e Padre Pio.
Os selos evocam a canonização do papa Paulo VI, agendada para 14 de outubro, o 40.º aniversário da morte de João Paulo I, obras dos pintores Tintoretto e Canaletto, bem como o 50.º aniversário da morte do Padre Pio.
O departamento filatélico e numismático da Santa Sé «procura sempre tornar imortais momentos importantes da vida da Igreja», frisou o seu diretor, Mauro Oliviero.
Paulo VI, papa de 1963 a 1978, e o seu sucessor, João Paulo I, foram eleitos numa época difícil mas rica de fermentos sociais e culturais, e o seu serviço constitui uma grande página de testemunho cristão.
No selo de Paulo VI desenha-se uma barca no mar em tempestade, significando que soube «conduzir com sabedoria visionária – e por vezes em solidão – o leme da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor, enquanto se perfilava uma sociedade secularizada e hostil».
João Paulo II é representado com a sede gestatória, espécie de liteira para transporte usada pelos papas, à qual renunciou como sinal de humildade, ao mesmo tempo que evoca o sentimento de vazio deixado pelo pontífice após ter morrido pouco mais de um mês após a eleição.
O gabinete filatélico assinala também os 500 anos do nascimento de Jacopo Robusti, conhecido como Tintoretto, e Giovanni Antonio Canal, dito Canaletto, por ocasião do 250.º aniversário da morte, reproduzindo as pinturas “Nossa Senhora com o Menino adorada pelos evangelistas Marcos e Lucas”, do primeiro, e “Santa Maria da Saúde vista do Canal Grande”, do segundo, ambos expostos em Berlim.
A relação entre ciência e fé é recordada pela evocação de Maria Gaetana Agnesi (1718-1799), matemática e benfeitora italiana, «primeira mulher a expor numa única obra, com clareza e precisão, os princípios basilares da álgebra, da geometria analítica e do cálculo diferencial e integral. No auge da sua carreira, aquando da morte do pai, abandonou os estudos para se dedicar às obras caritativas e ao recolhimento espiritual.
Por seu lado, Angelo Secchi (1818-1878), padre jesuíta, astrónomo e fundador da espetroscopia astronómica, é representado junto de elementos caracterizadores da sua investigação: o telescópio em primeiro plano e os astros no céu, recordando a descoberta mais extraordinária a ele atribuída, a classificação das estrelas em quatro tipos fundamentais, a partir da sua composição espetral. Em fundo está representado o Observatório Astronómico do Colégio Romano, que dirigiu, realizando um meteorógrafo, capaz de registar as principais grandezas físicas.
A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que a partir de 3 de outubro debate o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” é também objeto de um selo, no qual se vê Cristo que abre os braços a jovens de várias nacionalidades, junto do papa e alguns bispos.
Os 50 anos da morte do frade franciscano capuchinho Francesco Forgione (1887-1968) são evocados com um selo em que não aparece a expressão “S. Pio de Pietrelcina” mas apenas Padre Pio, tal como ficou conhecido. Também a ele será dedicada, em outubro, uma moeda de dois euros.
D.R.
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