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Universidade Católica recebe Jornadas de Estudos Coptas e do Oriente Cristão

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Universidade Católica recebe Jornadas de Estudos Coptas e do Oriente Cristão

A Universidade Católica (UCP) recebe, de 18 a 20 de junho, em Lisboa, as Jornadas de Estudos Coptas e do Oriente Cristão, que se concluem com a celebração da missa em rito moçárabe, na sé patriarcal.

A sessão de abertura da iniciativa organizada pela Faculdade de Teologia e a Associação Francófona de Coptologia é marcada pela conferência "Moçarabismo e Cristianismo Médio-Oriental", proferida por Adel Sidarus.

No dia 19 é inaugurada a exposição "Arte Copta e do Oriente Cristão", que fica patente até 6 de setembro na galeria de exposições temporárias do Museu Nacional de Arqueologia (ala poente).

A mostra apresenta acervo do museu e também do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural Copta Ortodoxo do Porto, à guarda da Escola das Artes da UCP, e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, num total de 40 peças.

A Universidade Católica Editora prevê lançar um catálogo de 90 páginas baseado na exposição, que inclui um conjunto de peças de arquitetura, escultura, pintura e artes decorativas ligadas ao culto no âmbito do cristianismo copta etíope, arménio e moçárabe.

Após a inauguração da mostra decorre a palestra "Reflexos da arte egípcia na Iconografia copta", por Luís Manuel Araújo.

Na sessão de encerramento das Jornadas, cujos eventos abertos ao público em geral têm entrada gratuita, está prevista a intervenção intitulada "O Prestes João e a presença portuguesa no Oriente", confiada a Manuel João Ramos.

«Durante os primeiros séculos (I-IV), o cristianismo cresceu e, apesar das perseguições, rapidamente se estendeu a todo o Império Romano, em especial às regiões orientais da Síria-Palestina e Egito, alcançando a Arménia e, mais tarde, a Etiópia», explica a nota de apresentação da iniciativa.

Os organizadores estão convictos de que «hoje, mais que nunca, o regresso às "Fontes"» contribui para «valorizar a dimensão estética e contemplativa da herança» que «aproxima das origens», permitindo «revisitar e valorizar» a identidade cristã.

Os coptas descendem dos antigos egípcios que se converteram ao cristianismo no primeiro século. Quando os muçulmanos conquistaram o Norte de África, a partir do século VII, impuseram a língua árabe e a religião islâmica. Todavia, uma minoria de egípcios permaneceu cristã, preservando a língua copta, derivada da língua egípcia antiga, que hoje é utilizada na liturgia.

Os coptas constituem atualmente cerca de 10% da população egípcia, sendo tratados como cidadãos de segunda categoria, o que contribui para a sua diminuição, a par da elevada taxa de emigração e as conversões ao islão, em muitos casos por conveniência social. Nos últimos quatro anos os coptas sofreram fortes perseguições da parte de fações islâmicas, incluindo, recentemente, do denominado Estado Islâmico.

Cerca de 90% dos cristãos coptas pertencem à Igreja copta ortodoxa de Alexandria. Os restantes, cerca de 800 mil pessoas, repartem-se entre a Igreja católica e a Igreja protestante copta.

A Igreja copta ortodoxa de Alexandria é independente e não está em comunhão nem com a Igreja ortodoxa nem com a Igreja católica, na sequência da separação que ocorreu no concílio de Calcedónia, no ano de 451. O atual patriarca copta ortodoxo é Tawadros II.

Em 1741 um grupo de coptas separou-se da Igreja copta ortodoxa para entrar na plena comunhão com a Igreja católica romana, acontecimento que marcou a fundação da Igreja copta católica, sediada no Cairo.

Os coptas católicos mantêm as tradições e ritos litúrgicos orientais, embora reconheçam a autoridade e o primado do papa de Roma, estando oficialmente unidos à Santa Sé. O seu patriarca é Ibrahim Isaac Sidrak.

Os moçárabes eram os cristãos que mantiveram os ritos e hierarquia cristãos durante o domínio árabe, mantendo a fé não obstante os agravamentos sociais e religiosos que, com maior ou menor gravidade ao longo dos séculos, lhes foram impostos pelo regime dominante.

Com a reconquista cristã da Península Ibérica, protagonizada pelo cristianismo do centro e norte da Europa, a estrutura litúrgica e eclesial moçárabe desapareceu quase totalmente.

 

Rui Jorge Martins
Com "Aleteia"
Publicado em 16.06.2015 | Atualizado em 15.04.2023

 

Jornadas de Estudos Coptas e do Oriente Cristão: programa, informações

 

 
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Os organizadores estão convictos de que «hoje, mais que nunca, o regresso às "Fontes"» contribui para «valorizar a dimensão estética e contemplativa da herança» que «aproxima das origens», permitindo «revisitar e valorizar» a identidade cristã
Os coptas constituem atualmente cerca de 10% da população egípcia, sendo tratados como cidadãos de segunda categoria, o que contribui para a sua diminuição, a par da elevada taxa de emigração e as conversões ao islão, em muitos casos por conveniência social. Nos últimos quatro anos os coptas sofreram fortes perseguições da parte de fações islâmicas, incluindo, recentemente, do denominado Estado Islâmico
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