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Universidade Católica e Embaixada de Israel debatem “Nostra aetate”, sobre a Igreja e as religiões não-cristãs

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Universidade Católica e Embaixada de Israel debatem “Nostra aetate”, sobre a Igreja e as religiões não-cristãs

A Universidade Católica Portuguesa e a Embaixada de Israel em Portugal promovem a 15 de março, em Lisboa, um colóquio sobre a declaração “Nostra aetate”, documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja e as religiões não-cristãs.

Intitulado “Nostra aetate – ‘Nossa era’ 50 anos depois – Um horizonte novo no diálogo entre judaísmo e cristianismo”, o encontro, que se realiza nas instalações da universidade (auditório 1) e tem entrada livre, começa às 9h45 com a intervenção da reitora da instituição, Maria da Glória Garcia.

“Nostra aetate” e “Os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis: dois documentos a ler e a redescobrir constantemente…” constituem os temas que a partir das 10h00 serão desenvolvidos pelo judeu sul-africano J.H.H. Weiler, da Global School of Law da Católica, com moderação de Gonçalo Ribeiro.

Após um momento musical, o programa prossegue com A. Kleinberg, da Universidade de Telavive, que apresenta a conferência “The jewish approach to the declaration of “Nostra aetate”, moderada por João Duque, diretor adjunto da Faculdade de Teologia.

Pelas 15h00, Esther Mucznik, Alexandre Palma e Hugo Chelo intervêm no painel “Judaísmo e cristianismo: desafios para uma agenda comum”, com moderação de Luísa Almendra, seguindo-se novo momento musical.

O bispo de Setúbal, D. José Ornelas de Carvalho, apresenta pelas 16h30 o tema “Eco eclesial ao novo documento: os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis”.

A sessão de encerramento, prevista para as 17h30, conta com as intervenções do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e da embaixadora de Israel, Tzipora Rimon, que também presidirá a abertura de uma exposição fotográfica.

Assinada em 28 de outubro de 1965, a “Nostra aetate” sublinha que «os homens constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro género humano», e «têm também todos um só fim último».

Depois de referir que os seres humanos «esperam das diversas religiões resposta para os enigmas da condição humana, os quais, hoje como ontem, profundamente preocupam seus corações», o documento detém-se sobre o hinduísmo e budismo, seguindo-se «a religião do islão», antes de abordar «a religião judaica», a que dedica o maior número de parágrafos.

«A Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas. Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé, estão incluídos na vocação deste patriarca e que a salvação da Igreja foi misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão», refere a declaração.

Por isso, continua o documento, a Igreja não pode «esquecer que foi por meio desse povo, com o qual Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa, na qual foram enxertados os ramos da oliveira brava, os gentios. Com efeito, a Igreja acredita que Cristo, nossa paz, reconciliou pela cruz os judeus e os gentios, de ambos fazendo um só, em si mesmo».

«A Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões políticas mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus», assinala o texto.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 24.02.2016 | Atualizado em 15.04.2023

 

 

 
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«A Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas. Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé, estão incluídos na vocação deste patriarca e que a salvação da Igreja foi misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão»
«A Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões políticas mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo»
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