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«Temos de vencer o medo e deixar os espaços blindados», afirma papa

O papa reiterou hoje, na Estónia, que a Igreja tem de se predispor a sair do seu território de conforto, ao encontro de quem não acredita em Deus, e frisou que a conquista da liberdade não pode redundar na escravidão do consumo.

Deus quer o seu povo «em saída, ousado no seu voo e sempre protegido apenas por Ele», e por isso é preciso «vencer o medo e deixar os espaços blindados, porque hoje a maioria dos estónios não se reconhece como crentes», afirmou na homilia da missa a que presidiu em Talinn, capital do país.

Francisco lembrou aos seis mil católicos da nação, 0,5% da população, que «a pequena porção de fermento» deve «levedar toda a massa», e por isso não se «esconde nem se separa», nem se «considera melhor nem mais pura».

«Hoje, escolhamos ser santos, sarando as margens e as periferias da nossa sociedade, onde o nosso irmão jaz e sofre a sua exclusão. Não deixemos, para aquele que vier depois de mim, a iniciativa de o socorrer, nem que seja uma questão a ser resolvida pelas instituições», apontou.



A proposta de Deus não tira nada, «pelo contrário, leva à plenitude, potencializa todas as aspirações do ser humano», respondendo a uma «sede» que habita no «coração» de cada pessoa



No país que está a assinalar os 100 anos de independência, à semelhança da Letónia e Lituânia, visitados desde sábado na 25.ª viagem apostólica do papa, o papa centrou parte da intervenção no significado e implicações de liberdade.

«Alguns consideram-se livres, quando vivem sem Deus ou separados dele. Não se dão conta de que, assim, percorrem esta vida como órfãos, sem um lar para onde voltar», frisou, antes de declarar: «Vós não conquistastes a vossa liberdade para acabar escravos do consumo, do individualismo ou da sede de poder e domínio».

O cristão sabe que a proposta de Deus não tira nada, «pelo contrário, leva à plenitude, potencializa todas as aspirações do ser humano», respondendo a uma «sede» que habita no «coração» de cada pessoa.

«É Ele que nos pode saciar, cumular-nos com a plenitude própria da fecundidade da sua água, da sua pureza, da sua força arrebatadora. A fé é também dar-se conta de que Ele está vivo e nos ama; que não nos abandona e, por isso, é capaz de intervir misteriosamente na nossa história; tira o bem do mal com o seu poder e a sua infinita criatividade», assinalou.

A ética, acentuou Francisco, coloca o ser humano «em relação com Deus», que espera dele «uma resposta livre e comprometida com os outros» e com o «meio ambiente», uma resposta «que está fora das categorias do mercado», do poder das armas e da acumulação de bens.

Após a missa, o papa despede-se das autoridades estónias e regressa a Roma, com chegada prevista para as 20h20 (hora de Lisboa).


 

Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Publicado em 25.09.2018 | Atualizado em 08.10.2023

 

 
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