Uma longa-metragem dedicada à vida de Santo Agostinho (354-430) está a ser preparada no âmbito de uma coprodução entre a Argélia e a Tunísia, anunciou a Signis - Associação Católica Mundial para a Comunicação.
De acordo com o Ministro da Cultura argelino, Azzedine Mihoubi, o filme sobre as principais etapas históricas da vida do santo de Hipona, atual cidade de Annaba, Argélia, deverá ser exibido «durante 2016».
A longa-metragem, realizada pelo cineasta egípcio Samir Seïf, inscreve-se na «política cinematográfica argelina, que privilegia a reabilitação de figuras histórias» do país, «cujo legado atesta a grandeza da civilização argelina e o seu papel maior e universal concretizado ao longo dos tempos pelas suas personalidades ilustres», acrescentou.
"Padre Gaetano Nicosia, o anjo dos leprosos" é o título de um documentário sobre o religioso salesiano nascido em Itália, que a 11 de novembro de 1935 começou a sua missão em Hong-Kong, estendendo-a mais tarde à aldeia de Ka Hó, em Macau, então colónia portuguesa.
Entre 1963 e 2011 o sacerdote viveu na povoação situada na ilha de Coloane, que estava isolada e só podia ser alcançada por barco. Cerca de 100 leprosos viviam na leprosaria de Ka Hó, abandonados à sua sorte e a necessitar urgentemente de cuidados.
A persistência do P. Nicosia, hoje com 100 anos, possibilitou que os doentes conseguissem ser tratados por médicos e enfermeiras, ao mesmo tempo que o espaço foi limpo e os abrigos foram restaurados.
O filme realizado pelos italianos Ciriaco Offeddu e Angelo Paratico explora a viagem do padre Nicosia desde a Sicília até à Ásia, compreendendo a juventude, os estudos e o trabalho desenvolvido na região, refere a página do jornal macaense "Ponto Final".
O P. Nicosia «viveu com os leprosos, e não apenas para eles», observou um dos responsáveis pelo filme, o historiador Gianni Criveller, acrescentando que a generosidade e humildade do religioso constituem um testemunho nobre e um exemplo a conservar.
O documentário, que vai ser proposto aos canais de televisão, foi exibido a 3 de dezembro em Macau, após o lançamento em Hong-Kong, estando prevista a legendagem em chinês, para favorecer a difusão entre os católicos dos dois territórios.
Resultante de uma produção independente, o filme foi financiado parcialmente através de uma campanha de "crowdfunding", que angariou cerca de três mil dólares norte-americanos.
Rui Jorge Martins