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Roberto Benigni ("A vida é bela") lê e comenta os Dez Mandamentos em horário nobre da televisão

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Roberto Benigni ("A vida é bela") lê e comenta os Dez Mandamentos em horário nobre da televisão

O ator italiano Roberto Benigni conclui esta noite, numa das estações de televisão do seu país, a leitura e comentário aos Dez Mandamentos bíblicos, programa que teve ontem a sua primeira parte, em direto e em horário nobre.

«Só um milagre nos pode salvar: com efeito, Renzi [primeiro-ministro transalpino] foi ao Vaticano»: a lei divina recebida por Moisés esteve na base dos comentários sarcásticos que o comediante dedicou ao difícil momento político e social que Itália atravessa, a que se juntam vários casos de corrupção, relata o jornal "La Repubblica".

Deus não ficou de fora das apreciações do argumentista e realizador que venceu os Óscares para melhor ator principal e melhor filme estrangeiro pelo filme "A vida é bela", que dirigiu.

«Das duas, uma: esta noite ou me prendem por vilipendiar a religião ou me fazem cardeal», afirmou Benigni no início do programa transmitido na segunda-feira, antes convidar a plateia a dez segundos de silêncio, «porque Deus está nos fragmentos de silêncio».

Para o ator, «a única verdadeira grande blasfémia é tornar Deus um ídolo e convencer as pessoas a matar no seu nome»; mais tarde, diria: «"Não invocar o nome de Deus em vão" quer dizer não tornar Deus vão, não tornar vã a tua vida».

Depois de criticar o Estado Islâmico por recorrer ao «nome de Deus para aterrorizar os homens», naquele que é «um delírio de deus» e um «hino à morte», Benigni, a terminar, lançou um convite ao silêncio.

«O sentido de tudo está no silêncio. Pensai o quanto ele é hoje necessário: estamos todos sempre ligados com todo o mundo, mas desligados de nós mesmos. Ninguém tem mais coragem para permanecer sozinho consigo próprio», assinalou.

Os mandamentos, acrescentou, apelam à paragem: «Andamos de tal maneira a correr com o corpo, que a nossa alma ficou para trás. Paremos, porque de outra forma perdemos a alma para sempre».

Os dois programas têm cenografia de Chiara e Gaetano Castelli, e música de Nicola Piovani, também premiado com um Óscar pela banda sonora de "A vida é bela".

Benigni explicou os motivos que o conduziram ao comentário do Decálogo recebido por Moisés no Monte Sinai: «Os Dez Mandamentos escolheram-me, porque são dez surpresas. Esse livro é "o espetáculo por excelência"».

«Creio que não há história mais bela, a narrativa do Êxodo é um exemplo revolucionário, inspira qualquer divisa de liberdade. Estes mandamentos fazem bem à saúde, precisamos deles. É a lei dos sentimentos»,  apontou.

De acordo com a RAI, televisão onde a atuação é transmitida, mais de 9,1 milhões de pessoas viram a emissão de segunda-feira, a segunda mais vista do ano na estação, o que corresponde a 33,2% de "share".

A segunda parte da leitura e comentário aos Dez Mandamentos (livro do Êxodo, capítulo 20, livro do Deuteronómio, capítulo 5) vai para o ar na RAI-1 às 21h15 (menos uma hora em Portugal Continental), prevendo-se que o programa termine duas horas depois.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 16.12.2014 | Atualizado em 16.04.2023

 

 
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Creio que não há história mais bela, a narrativa do Êxodo é um exemplo revolucionário, inspira qualquer divisa de liberdade. Estes mandamentos fazem bem à saúde, precisamos deles
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