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Revista Brotéria renova-se aos 115 anos

Revista Brotéria renova-se aos 115 anos

Imagem Capa | D.R.

A Brotéria «inicia o seu 115º ano com uma capa renovada, com uma nova gestão de temas e secções e com uma renovada equipa de direção», sublinha o editorial da edição de janeiro.

«Parece-nos importante neste nosso primeiro editorial reafirmar a identidade da revista, recordar a herança cultural que ela representa e reformular a sua missão de serviço à sociedade e à Igreja em Portugal, no contexto das prioridades apostólicas dos jesuítas portugueses», escreve o padre António Júlio Trigueiros.

Fundada em 1902 como revista de ciências naturais, em homenagem ao naturalista português Avelar de Brotero, a publicação vingou «no mundo cultural e cientifico português e é hoje uma referência incontornável na missão da Companhia de Jesus ao serviço da cultura e da ciência».

«Caso único de longevidade na história de edições periódicas portuguesas, a Brotéria é herdeira de um rico percurso centenário, através do qual se podem seguir todas as grandes questões culturais, cientificas, sociais e políticas que estiveram debaixo do seu olhar por este longo período cronológico», destaca o religioso.



A revista passa a ter cinco secções, "Atualidade", "Sociedade e Política", "Religião", temas de História, Filosofia, Ciência e Ética, e "Artes e Letras", que «dará espaço a trabalhos de crítica literária e artística, na boa tradição que a revista cultivou desde 1925, quando alargou o seu âmbito à área das humanidades».



Ainda que «os valores da tradição cristã» estejam a deixar «de ser uma referência, uma revista cultural católica pode continuar a ocupar nos meios de comunicação social um espaço de pensamento que se encontra vazio», assumindo-se como «veículo para a expressão, clarificação, reflexão e aprofundamento do pensamento cristão».

«O desafio inscreve-se na aproximação da proposta cristã a um mundo profundamente marcado por divisões politicas, religiosas e éticas, de que as novas formas de pobreza e exclusão, os extremismos religiosos, a violência, os desequilíbrios ecológicos, a desagregação da família e a ausência de horizontes na juventude são um claro sinal», aponta António Trigueiros.

O «modelo de igreja em saída em direção às fronteiras», à imagem da vontade do papa Francisco, a par do ecumenismo e diálogo inter-religioso, constituem prioridades editoriais, «num momento histórico em que a instrumentalização da questão religiosa voltou a estar no centro de conflitos e extremismos».

A revista passa a ter cinco secções, "Atualidade", "Sociedade e Política", "Religião", temas de História, Filosofia, Ciência e Ética, e "Artes e Letras", que «dará espaço a trabalhos de crítica literária e artística, na boa tradição que a revista cultivou desde 1925, quando alargou o seu âmbito à área das humanidades».

«Uma novidade deste numero é o novo caderno cultural mensal. É um espaço renovado, a partir da antiga secção de recensões, que se propõe recomendar mensalmente escritores, filmes, exposições, eventos musicais e livros, com curtos textos de recensão ou reflexão», salienta o editorial.



A relação de Mário Soares e a Igreja católica é o tema analisado por Manuel Braga da Cruz, que lembra o antigo primeiro-ministro e presidente da Republica como uma personalidade que «tinha um entendimento positivo da laicidade, entendida como autonomia específica do profano em face do religioso, que não confundia com laicismo, que pretende o banimento do religioso do espaço público»



O número de janeiro começa por evocar Daniel Serrão, especialista no campo da ética e da bioética e membro do conselho de redação da "Brotéria": «Verdadeiro mestre, não apenas como professor universitário - definia-se como “um investigador que ensina” - como em muitas outras áreas, da filosofia à literatura e, sobretudo, em humanismo», recorda Vasco Pinto de Magalhães, sj.

A eleição de Donald Trump para presidente dos EUA ocupa o espaço da "Atualidade", com Guilherme d'Oliveira Martins a questionar se «a sociedade americana vai compensar a incerteza e a instabilidade anunciadas com o equilíbrio de poderes entre o Estado e a sociedade, através de "freios e contrapesos" ("checks and balances") e da criação de condições que evitem um perigoso fechamento populista».

A relação de Mário Soares e a Igreja católica é o tema analisado por Manuel Braga da Cruz, que lembra o antigo primeiro-ministro e presidente da Republica como uma personalidade que «tinha um entendimento positivo da laicidade, entendida como autonomia específica do profano em face do religioso, que não confundia com laicismo, que pretende o banimento do religioso do espaço público».

Nas páginas sobre "Sociedade e Política", Vasco Pinto Magalhães, sj propõe a reflexão "A não violência como estilo de vida inteligente e eficaz", a partir da mensagem do papa para o ano novo de 2017, em que Francisco desafia a «sair da maior das violências»: «Desistir de nós próprios, baixando os braços ou atirando-nos para o abismo, “se não vai a bem vai a mal!”».

"A ONU entre a reforma e a irrelevância" é a proposta de Francisco Sarsfield Cabral, que no seu artigo apresenta uma reflexão sobre as Nações Unidas, no mês em que António Guterres tomou posse do cargo de secretário-geral, enfrentando o «isolacionismo dos EUA, que Trump e o Partido Republicano perfilham», como um dos maiores obstáculos à reforma da organização.



"Prémio Pessoa - Frederico Lourenço", de João Tiago Loureiro, abre o espaço "Artes e Letras", com um perfil do helenista que inclui «o impacto do seu trabalho de tradução no âmbito dos Estudos Clássicos», o «trajeto espiritual do autor e uma análise crítica sumária sobre o que tem escrito sobre a Bíblia e o cristianismo».



No capítulo reservado à "Religião", Miguel Almeida percorre a exortação apostólica "Amoris laetitia", do papa Francisco, analisando temas como a "continuidade da doutrina e descontinuidade da práxis", a "distinção abstrato/concreto, ideal/real, objetivo/ subjetivo", a "lei da gradualidade e não gradualidade da lei", as situações 'irregulares' e as situações incompletas.

"Ondas contra a Barca de Pedro", por Roque Cabral sj e "O Papa e os cardeais: uma rebelião na Igreja?", por António Ary, sj, referem as «manifestas resistências às reformas por parte de alguns setores mais polémicos da Igreja».

Na secção de "História", Ana Fernandes Pinto inspira-se na recente estreia do filme "Silêncio", de Martin Scorsese, para o artigo "Em tempos de perseguição no Japão. Práticas e Discursos", que contextualiza e avalia «a evolução das práticas anticristãs, e o uso na Europa Católica do século XVII dos relatos missionários sobre as perseguições» para entender melhor «as problemáticas abordadas na adaptação para cinema do romance de Shusaku Endo».

"Prémio Pessoa - Frederico Lourenço", de João Tiago Loureiro, abre o espaço "Artes e Letras", com um perfil do helenista que inclui «o impacto do seu trabalho de tradução no âmbito dos Estudos Clássicos», o «trajeto espiritual do autor e uma análise crítica sumária sobre o que tem escrito sobre a Bíblia e o cristianismo».

Carlos Capucho escreve sobre O Boletim Cinematográfico no seio do Secretariado do Cinema e da Rádio da Igreja em Portugal, evocando a publicação que se editou entre 1951 e 1998 e o seu «papel importante na critica cinematográfica católica».

"O Romance católico", por Carlos Maria Bobone, "Eu, Daniel Blake", filme de Ken Loach, visto por Carlos Capucho, a exposição Amadeo Souza Cardoso, por João Barata de Tovar, e "J.R.R. Tolkien (125 anos)", de Carlos Maria Bobone, compõem o Caderno Cultural, que é seguido da recensão de obras de História, Política, Teologia e Bioética.




 

SNPC
Publicado em 02.03.2017

 

 

 
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