Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura - Logótipo
secretariado nacional da
pastoral da cultura

Desolação espiritual? Comprimidos para dormir ou beber para esquecer não são solução, diz papa

Imagem

Desolação espiritual? Comprimidos para dormir ou beber para esquecer não são solução, diz papa

Os efeitos da «desolação espiritual» estiveram no centro da homilia que o papa pronunciou na missa a que presidiu hoje, no Vaticano, durante a qual se inspirou na primeira leitura bíblica, extraída do livro de Job, despojado dos seus filhos e de todos os bens.

«A desolação espiritual é uma coisa que acontece a todos nós: pode ser mais forte, mas fraca», sublinhou Francisco, referindo-se a um «estado de alma obscuro, sem esperança, desconfiado, sem vontade de viver, sem ver o fim do túnel, com muitas agitações no coração e também nas ideias».

O sofrimento pode chegar ao ponto de se desejar a morte, como narrado no livro de Job, pelo que muitas vezes o crente em Deus questiona-se: «O que deve fazer-se quando vivemos estes momentos obscuros, devido a uma tragédia familiar, uma doença, qualquer coisa que me faz estar em baixo?».

Alguns, prosseguiu o papa, pensam que é suficiente «tomar um comprimido para dormir» ou «beber dois, três ou quatro copos». Em vez de optar por escolhas que «não ajudam», é preciso «bater à porta» de Deus, «com força», retomando as palavras do Salmo 88 (87).

«A minha alma está saturada de males/ e a minha vida chegou às portas da morte./ Estou no rol dos que descem à sepultura,/ sou um homem já sem forças»: «Quantas vezes nos sentimos assim, sem forças», afirmou Francisco.

No segundo versículo do Salmo, lê-se: «Chegue junto de ti a minha oração»: «Esta é a oração. Assim devemos orar nos piores momentos, nos mais obscuros, de maior desolação, que nos esmagam. Isto é orar com autenticidade. E assim desabafar, como desabafou Job com os filhos. Como um filho», acrescentou.

O livro de Job menciona também o silêncio dos amigos, e perante uma pessoa que sofre, referiu o papa, «as palavras podem fazer mal»: é preferível estar próximo «mas não fazer discursos».

«Quando uma pessoa sofre, quando uma pessoa está na desolação espiritual, deve falar-se o menos possível, deve ajudar-se com o silêncio, a proximidade, as carícias, a sua oração diante do Pai», sublinhou o papa no dia em que a Igreja assinala a memória de S. Vicente de Paulo.

A concluir, Francisco afirmou: «Rezemos ao Senhor para que nos dê estas três graças: a graça de reconhecer a desolação espiritual, a graça de rezar quando formos submetidos a este estado de desolação espiritual, e também a graça de saber acompanhar as pessoas que sofrem momentos difíceis de tristeza e de desolação espiritual».

 

Alessandro Gisotti
In Rádio Vaticano
Trad. / edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 27.09.2016 | Atualizado em 17.04.2023

 

 
Imagem
Relacionados
Destaque
Pastoral da Cultura
Vemos, ouvimos e lemos
Perspetivas
Papa Francisco
Teologia e beleza
Impressão digital
Pedras angulares
Paisagens
Umbrais
Evangelho
Vídeos