"Fátima como promessa" é o título da conferência que o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, vai proferir no encerramento do congresso internacional "Pensar Fátima".

A iniciativa, que decorre de 21 a 24 de junho, em Fátima, com inscrições já abertas, é promovida pelo santuário e pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica, tendo uma comissão científica composta por mais de 40 especialistas.

«É inquestionável o impacto religioso e sociocultural que o fenómeno resultante desse impulso inicial teve sobre Portugal e mesmo para além das suas fronteiras. Transformado num local de peregrinação para crentes e não crentes de todo o mundo, Fátima é manifestação de variados e ricos dinamismos pessoais e sociais. Ao mesmo tempo, ao longo destes 100 anos, influenciou fortemente o catolicismo português, nas mais diversificadas dimensões», lê-se no texto de apresentação.

Na relação com as aparições na Cova da Iria «convivem pessoas, grupos e estilos de vida muito diversificados: crentes cristãos e não cristãos, não crentes, espiritualidades marcadas por forte religiosidade popular e cristãos em busca de formação, intelectuais cristãos, artistas, crentes ou não, em busca de uma possível experiência da transcendência», pelo que este «movimento plural» criado ao longo de décadas transformou Fátima «num fenómeno deveras rico e multifacetado».

O congresso, anunciado desde 2015 para se realizar no centenário das aparições, estudará «várias das dimensões de Fátima, em perspetiva interdisciplinar: Teologia, Sociologia, Psicologia, Cultura, História, Arte», com intervenções que se dividem «em conferências plenárias, conferências temáticas e comunicações autopropostas por investigadores».

Os trabalhos, que decorrem no Centro Pastoral Paulo VI, começam às 9h30 do dia 21 de junho com a sessão de abertura, presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, o reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, e o teólogo João Manuel Duque, presidente da comissão organizadora.

"História e historiografia de Fátima" (Marco Daniel Duarte), "Eixos teológicos da Mensagem de Fátima" (Eloy Bueno de la Fuente) constituem as intervenções matinais, seguidas, após o almoço por conferências paralelas ("Fátima e práticas do território",
Graça Poças Santos; "Taumaturgia em Fátima", Tiago Marques; "Fátima e a geografia do conflito" (Luís Salgado de Matos) e comunicações paralelas.

A terceira e quarta conferências, na manhã de dia 22, são dedicadas aos temas "Fátima no contexto das mariofanias" (João Décio Passos) e "Hermenêuticas dos três videntes" (Franco Manzi).

À tarde o programa prossegue, como no dia anterior, com as conferências paralelas ("As aparições de Fátima na perspetiva da pneumatologia mariológica", José Cristo Rey García Paredes; "Fátima e a teologia política", João Manuel Duque; "Fátima e a questão ecuménica", José Eduardo Borges de Pinho; "Fátima e as dinâmicas pastorais em Portugal", Paulo Fontes) e as comunicações paralelas.

"Da mariologia a Fátima" (Stella Morra) e "Fátima e Roma" (António Matos Ferreira) são as comunicações previstas para a manhã de dia 23, enquanto que à tarde se desenrolam comunicações paralelas.

No último dia decorrem as conferências de Alfredo Teixeira ("O lugar de Fátima na reconfiguração do religioso") e Gianfranco Ravasi. Todas as intervenções matinais do congresso são seguidas de 30 minutos de diálogo com o público. A sessão de encerramento está marcada para as 15h00.