DisobeyArt/Bigstock.com
Ter um rosto de pessoa redimida e perdoada, em vez de um semblante «fúnebre», foi o desafio lançado hoje na missa presidida pelo papa, no Vaticano, em que evidenciou a alegria nascida do perdão de Deus e da sua proximidade.
«Um filósofo criticava os cristãos, ele que se dizia agnóstico ou ateu, não estou certo, mas criticava os cristãos e dizia isto: “Esses – os cristãos – dizem que têm um Redentor; eu acreditarei, acreditarei no Redentor quando eles tiverem o rosto de redimidos, alegres por serem redimidos”», apontou Francisco.
O papa prosseguiu: «Mas se tu tens cara de velório, como posso acreditar que tu és um redimido, que os teus pecados foram perdoados? Este é o primeiro ponto, a primeira mensagem da liturgia de hoje: tu és um perdoado, cada um de nós é um perdoado».
«Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém» são as palavras iniciais da primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta quinta-feira (Sofonias 3, 14-18a).
O Evangelho de hoje, por seu lado, relata a alegria de Isabel quando, ainda grávida de João Batista, recebe Maria, mãe de Jesus (Lucas 1, 39-45).
O segundo motivo que fundamenta a alegria cristã é a convicção de que Deus está próximo da vida de cada pessoa, na provação e no júbilo, e para manter essa certeza acesa é preciso ir dirigindo, ao longo do dia, «algumas palavras ao Senhor».
Não deixar cair os braços perante as dificuldades constitui outro imperativo da alegria, porque o «pessimismo da vida não é cristão», ao nascer de uma «raiz que não sabe que foi perdoada, nasce de uma raiz que nunca sentiu as carícias de Deus».
«O Evangelho, podemos dizer, faz-nos ver esta alegria, ao descrever que Maria se pôs «apressadamente» a caminho de casa da sua prima Isabel: «A alegria conduz-nos apressadamente, sempre, porque a graça do Espírito Santo não conhece a lentidão. O Espírito Santo vai sempre apressadamente, impele-nos sempre, andar em frente, em frente, em frente, como o vento na vela, na barca».
O júbilo que João Batista exprime, ainda no ventre de Isabel, ao ouvir a voz de Maria, grávida de Jesus, «é a alegria da Igreja»: «Por favor, sejamos cristãos alegres, façamos todo o esforço para fazer ver que acreditamos que somos redimidos, que o Senhor nos perdoou tudo, e se escorregarmos Ele perdoará porque é o Deus do perdão, que o Senhor está no meio de nós e nunca nos deixará cair os braços».
«Esta é a mensagem de hoje: “Levanta-te”. Este “levanta-te” de Jesus aos doentes: “Levanta-te, grita de alegria, exulta e aclama com todo o coração», concluiu Francisco.