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Papa diz que encontro inter-religioso em Assis não é para dar «espetáculo», mas «para rezar» pela paz

Imagem Papa Francisco | D.R..

Papa diz que encontro inter-religioso em Assis não é para dar «espetáculo», mas «para rezar» pela paz

O papa afirmou hoje, no Vaticano, que a oração com cerca de cinco centenas de líderes e representantes de vários credos que decorre esta terça-feira em Assis, com a sua presença, não é uma encenação para atrair atenções, mas uma prece dirigida a Deus.

«Hoje, homens e mulheres de todas as religiões, iremos a Assis. Não para fazer um espetáculo: simplesmente para rezar e rezar pela paz», declarou Francisco na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano.

À oração de figuras de referência das religiões juntam-se todos os crentes, em particular os católicos, convidados pelo papa, no domingo, a aderirem à iniciativa de Assis, e através de uma carta por ele enviada «a todos os bispos do mundo».

Hoje estão organizados «encontros de oração» que convidam «os católicos, os cristãos, os crentes e todos os homens e mulheres de boa vontade, de qualquer religião, a rezar pela paz», porque «o mundo está em guerra» e «sofre», vincou Francisco.

«Se nós hoje fechamos o ouvido ao grito desta gente que sofre debaixo das bombas, que sofre a exploração dos traficantes de armas, pode acontecer que quando isso nos tocar não obteremos respostas. Não podemos fechar o ouvido ao grito de dor destes nossos irmãos e irmãs que sofrem a guerra», sublinhou.

Francisco distinguiu entre os atos de terrorismo e os combates contínuos: «[Os primeiros] não têm nada a ver com o que sucede nesses países, nessas terras onde dia e noite as bombas caem e caem» e «matam crianças, idosos, homens, mulheres».

«A guerra está longe», questionou o papa: «Não. Está muito próxima», não só porque «toca a todos», como porque «começa no coração».

Poucas horas depois de uma equipa de ajuda humanitária ter sido atacada na região de Alepo, na Síria, causando pelo menos 12 mortos, Francisco acentuou que não chega dar graças a Deus por a guerra ainda não ter chegado: «Sim, agradeçamos por isso, mas pensemos também nos outros».

«Pensemos hoje não só nas bombas, nos mortos, nos feridos; mas também nas pessoas – crianças e idosos – a quem não pode chegar a ajuda humanitária para comer. Não podem chegar os medicamentos. Estão famintos, doentes. Porque as bombas impedem aquilo», assinalou.

Tanto como deplorar a guerra, é importante que cresça uma rejeição profunda pela violência, especialmente a que atinge inocentes: «Quando rezarmos, hoje, será belo que cada um de nós sinta vergonha. Vergonha disto: que os humanos, os nossos irmãos, sejam capazes de fazer isto. Hoje é dia de oração, de penitência, de choro pela paz; jornada para sentir o grito do pobre. Este grito que nos abre o coração à misericórdia, ao amor, e nos salva do egoísmo».

«Que o Senhor nos dê a paz no coração, nos tire todo o desejo de avidez, de cobiça, de luta. Não. Paz, paz. Que o nosso coração seja um coração de homem ou de mulher de paz. E além das divisões das religiões: todos, todos, todos. Porque todos somos filhos de Deus. E Deus é Deus de paz. Não existe um deus de guerra: aquele que faz a guerra é o maligno, é o diabo, que quer matar todos», afirmou Francisco.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 20.09.2016 | Atualizado em 20.04.2023

 

 

 
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«Quando rezarmos, hoje, será belo que cada um de nós sinta vergonha. Vergonha disto: que os humanos, os nossos irmãos, sejam capazes de fazer isto. Hoje é dia de oração, de penitência, de choro pela paz; jornada para sentir o grito do pobre. Este grito que nos abre o coração à misericórdia, ao amor, e nos salva do egoísmo»
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