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Papa destaca importância da “afetoterapia” e pede renúncia à riqueza, vaidade e orgulho

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Papa destaca importância da “afetoterapia” e pede renúncia à riqueza, vaidade e orgulho

O papa visitou na tarde de domingo um hospital pediátrico na Cidade do México, na companhia da Primeira-dama e do Ministro da Saúde, tendo sublinhado a importância da ternura e da proximidade enquanto fatores imprescindíveis para o tratamento das crianças.

Francisco pediu a Deus a bênção para todas as pessoas que «não só com medicamentos, mas também com a “afetoterapia”», contribuem para que o internamento «seja vivido com mais alegria»: «É muito importante a “afetoterapia”. Muito importante. Às vezes uma carícia ajuda muito a ficar melhor».

Antes, durante a manhã, o papa deslocou-se a Ecatepec, próximo da capital, para presidir à missa, tendo vincado que a Quaresma é um «tempo de conversão» propício a «regular os sentidos» e «abrir os olhos para tantas injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus», que se «encontra continuamente ameaçado pelo pai da mentira».

Na homilia o papa concretizou «três grandes formas de tentação» que é necessário «desmascarar»: «Primeira, a riqueza, apropriando-nos de bens que foram dados para todos, usando-os só para mim ou para “os meus”. É conseguir o pão com o suor alheio ou até com a vida alheia.

A «segunda tentação» é a da «vaidade», que consiste na «busca de prestígio baseada na desqualificação contínua e constante daqueles que “não são ninguém”», enquanto a terceira, «a pior, a do orgulho», manifesta-se no «colocar-se num plano de superioridade de qualquer tipo, sentindo que não se partilha “a vida comum dos mortais” e rezando todos os dias: “Dou-Vos graças, Senhor, porque não me fizestes como eles”».

«Até que ponto estamos conscientes destas tentações na nossa vida, em nós mesmos? Até que ponto nos acostumamos a um estilo de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como a fonte e a força de vida? Até que ponto estamos convencidos de que cuidar do outro, preocupar-nos e ocupar-nos com o pão, o bom nome e a dignidade dos outros seja fonte de alegria e de esperança?», questionou.

O papa frisou que os católicos escolhem «não o diabo, mas Jesus»: «Queremos seguir os seus passos, mas sabemos que não é fácil. Sabemos o que significa ser seduzidos pelo dinheiro, a fama e o poder».

«Por isso, a Igreja oferece-nos este tempo da Quaresma, convida-nos à conversão com uma única certeza: Ele está à nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo aquilo que o degrada, degradando-se ou degradando a outros. É o Deus que tem um nome: misericórdia. O seu nome é a nossa riqueza, o seu nome é a nossa fama, o seu nome é o nosso poder», assinalou.

Após a missa, Francisco proferiu a oração do Angelus, dirigida à Virgem Maria, tendo rezado para que o México «não tenha de chorar homens e mulheres, jovens e crianças que acabam destruídos nas mãos dos traficantes da morte».

Foi também com uma Ave-maria que o papa concluiu a visita ao hospital pediátrico, depois de convidar as crianças à oração: «Fechemos os olhos, fechemos os olhos e peçamos aquilo que o nosso coração deseja. Um momento de silêncio com os olhos fechados, e dentro de nós peçamos aquilo que desejamos».

Nesta segunda-feira Francisco viaja da Cidade do México até San Cristóval de Las Casas, onde celebra missa com a comunidade indígena de Chiapas. Após o almoço visita a catedral, antes de se deslocar para Tuxtla Gutiérrez, para um encontro com famílias no estádio local, regressando depois à Cidade do México.

A Quaresma, período de preparação para a Páscoa que começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na tarde de Quinta-feira Santa, é um tempo marcado pela penitência e pela conversão de vida em que os fiéis são convidados a uma prática mais intensa da oração, do jejum e da esmola.


 

Rui Jorge Martins
Publicado em 15.02.2016 | Atualizado em 20.04.2023

 

 

 
Imagem Papa Francisco com crianças em hospital pediátrico | Cidade do México | 14.2.2016 | © Lusa
«Até que ponto estamos conscientes destas tentações na nossa vida, em nós mesmos? Até que ponto nos acostumamos a um estilo de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como a fonte e a força de vida? Até que ponto estamos convencidos de que cuidar do outro, preocupar-nos e ocupar-nos com o pão, o bom nome e a dignidade dos outros seja fonte de alegria e de esperança?»
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